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Câmara investiga
deputado que
acusou colegas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Paulo Lima (PMDB-SP), presidente da
Comissão de Defesa do Direito
do Consumidor, pode enfrentar processo de cassação do
mandato por ter afirmado que
colegas tentaram extorquir
empresários durante o funcionamento de uma CPI.
A Corregedoria da Câmara
encerrou ontem a análise sobre
a acusação do deputado e sugeriu à Presidência da Casa a
abertura de sindicância sob o
argumento de que Lima adotou atitude que fere o decoro
parlamentar, já que não apresentou os nomes dos supostos
integrantes da quadrilha.
Lima e o deputado Luciano
Zica (PT-SP), ouvidor da Câmara, disseram em reportagem
publicada na Folha no último
dia 26 que acreditam na existência de extorsão praticada
por deputados contra investigados por CPIs.
O peemedebista disse, na
ocasião, ter "nomes" e os "dados" de dez deputados federais
que teriam tentado extorquir
dinheiro de empresários investigados pela CPI dos Combustíveis, que terminou em outubro de 2003 em meio a acusações de corrupção. Na reportagem, ele manteve a acusação.
O presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP), determinou então ao corregedor,
Luiz Piauhylino (sem partido-PE), que interpelasse Zica e Lima para que eles confirmassem
ou não as acusações. Caso não
apresentassem nomes, João
Paulo sugeriu punição aos dois.
O parecer do corregedor diz
que Lima não atendeu à convocação para se explicar. Já Zica
enviou ofício lembrando que
não acusara nenhum deputado, mas que pedira apuração
sobre as suspeitas de corrupção
na CPI dos Combustíveis.
Piauhylino não sugeriu investigação contra o ouvidor.
Lima afirmou ontem à Folha
que nunca falou do Congresso,
mas sim de coisas internas de
uma CPI, assunto que já estaria
"ultrapassado". "Não acho que
possa haver punição para
quem não cometeu crime."
A comissão de sindicância
tem o objetivo de reunir provas
de que Lima teria ferido o decoro parlamentar, além de ouvir
o deputado. Caso conclua pela
culpa, a comissão sugere à Mesa da Câmara a abertura de
processo de cassação do mandato no Conselho de Ética.
Já no caso do deputado André Luiz (PMDB-RJ), investigado pela Câmara sob a suspeita
de tentar extorquir o empresário do jogo Carlos Cachoeira,
termina hoje o prazo para
apresentação de sua defesa.
Ontem ele pediu prorrogação,
mas a Corregedoria negou. (RANIER BRAGON)
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