São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004

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BANESTADO

Senador se defende de acusação de crime contra o sistema financeiro

Suassuna liga caso a pressão do PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) relacionou ontem a acusação contra ele de crime contra o sistema financeiro à pressão que parte do PMDB está fazendo para deixar o governo, que culminou com a convocação de uma convenção, para o dia 12 de dezembro, em Brasília, para decidir se o partido entrega os cargos.
De acordo com o jornal "Correio Braziliense" de ontem, o senador movimentou entre 1998 a 2003 pelo menos US$ 3 milhões em sua conta particular Key West, no Delta Bank de Miami. A movimentação, segundo a reportagem, teria sido feita por meio de uma rede clandestina de doleiros.
A fonte da reportagem é uma pasta de documentos entregues à assessoria do relator da CPI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP), pelo procurador distrital de Nova York, Robert Morgenthal. Os documentos estariam guardados em uma sala-cofre no subsolo do Senado.
Mentor foi acusado diversas vezes pela oposição de utilizar a CPI como instrumento político, agindo em nome de setores do governo que estariam montando um banco de dados contra adversários. A mesma acusação é feita pelo PT contra o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB). Ambos negam.
"Eu me surpreendi quando vi no jornal a manchete "PMDB pressiona Lula" e, logo abaixo, "Os dólares ocultos do senador". Não existe jabuti em cima de árvore na política. Com certeza algo aconteceu. Há uma correlação entre os dois temas", disse Suassuna, um dos vice-líderes do governo.
Suassuna questionou o montante de dinheiro citado. Segundo ele, foi sacada e depositada várias vezes a mesma quantia, mas que a soma não dá US$ 3 milhões porque é o mesmo dinheiro. Ele disse ainda que é dono do colégio Anglo-Americano, no Rio, e que há pais que pagam a mensalidade de 48 países diferentes para a conta. (FK)


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