São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Agenda perigosa

O presidente Lula está sendo aconselhado por auxiliares próximos e por aliados políticos a cancelar uma programação que o levará à Bolívia e à Venezuela, podendo emendar com uma parada em Cuba. As idas a La Paz e Caracas estão confirmadas para os dias 12 e 13 de dezembro. A visita a Havana seria dia 21, mas pode ser antecipada para aproveitar a viagem.
Os aliados que trataram da agenda com Lula temem que a aparição ao lado de Chávez atice a disputa com a oposição na reta final da novela da CPMF. Dizem que a retórica do venezuelano é "imprevisível" e pode causar constrangimentos como os vistos na cúpula ibero-americana. A aparição dos dois juntos manteria, ainda, aceso o debate sobre o terceiro mandato.

Apito inicial. Em La Paz, o presidente brasileiro e o boliviano Evo Moralez darão o pontapé inicial em uma partida entre as seleções dos dois países. A dúvida é se o "boleiro" Lula sentirá os efeitos da altitude de 3,6 mil metros.

Ao que interessa. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse na última quarta-feira a lideranças da oposição que não criaria empecilhos na votação da CCJ, pois sua meta é liquidar logo a fatura da CPMF em plenário -onde acha que terá os votos necessários.

Rodízio. Tão preocupado com a possibilidade de o governo remanejar membros da CCJ, o DEM dará a largada nas trocas: em viagem, Demóstenes Torres (GO) será substituído na votação decisiva pelo líder do partido, José Agripino (RN), primeiro-suplente na comissão.

Guerra fria 1. Fracassou uma tentativa de marcar um encontro entre o presidente em exercício do Senado, Tião Viana (PT-AC), e a presidente do STF, Ellen Gracie. Nem a ministra quis comparecer ao Senado nem Tião quis se deslocar ao tribunal.

Guerra fria 2. Ellen Gracie teria alegado que seria impróprio ir ao Senado pelo fato de o STF tratar de vários processos contra senadores. E Tião teria desistido da visita pela discordância, já manifestada publicamente, com o que julga interferência da Corte em assuntos legislativos.

Página virada. No corpo-a-corpo a que se lançou para preservar o mandato, Renan Calheiros (PMDB-AL) tem abordado até mesmo os senadores que declararam ter votado pela sua cassação, como Eduardo Suplicy (PT-SP) e Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Passa lá. Nas conversas, o peemedebista pede aos senadores que compareçam a seu gabinete para lhes mostrar seus documentos de defesa e repete que a pena de perda dos direitos políticos seria uma sentença muito dura.

Grita. O governo José Serra incluiu no projeto que cria a agência de saneamento paulista dispositivo que permite à Sabesp ampliar sua área de atuação, podendo disputar, por exemplo, contratos de lixo. A oposição acusa os tucanos de tentar valorizar a empresa para depois privatizá-la.

Sete votos. A acirrada prévia do PT para escolher o candidato a prefeito de Santo André será decidida em segundo turno, dia 25. Na disputa de ontem, a vice-prefeita Ivete Garcia teve 1.076 votos, contra 1.069 do deputado estadual Vanderlei Siraque.

Mão dupla. Ex-ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto abordou o ministro Paulo Bernardo em Brasília: "O PT tem de fazer justiça à sua história e acabar com o imposto sindical". O titular do Planejamento respondeu: "Concordo. Mas é preciso acabar também com o imposto dos sindicatos patronais".

Em tempo. Neopedetista, Pazzianotto está na mira da cúpula de seu partido justamente por defender, entre outras mudanças trabalhistas, o fim do imposto sindical.

Tiroteio

"Mesmo em processos penais, ainda que não haja prova cabal, um conjunto de circunstâncias e indícios, se consistente, é suficiente para formar convicção."


Da senador JEFFERSON PÉRES (PDT-AM), relator no Conselho de Ética do processo em que o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de comprar rádios e jornal usando laranjas.

Contraponto

Sob medida

De passagem por Belo Horizonte na quinta-feira passada, Martinho da Vila foi ao Palácio da Liberdade para encontrar o amigo e governador Aécio Neves.
O sambista, filiado ao PC do B, presenteou o tucano com seu mais recente livro, intitulado "Vermelho 17".
-É um romance de leitura fácil sobre as memórias de um jovem-, explicou Martinho, para em seguida sugerir a Aécio que abrisse o volume numa página qualquer.
Ao fazer como lhe foi recomendado, o governador se deparou com uma frase que decidiu ler em voz alta:
-A vida de casado é boa, mas a de solteiro é melhor!


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