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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Agenda perigosa
O presidente Lula está sendo aconselhado por auxiliares próximos e por aliados políticos a cancelar uma
programação que o levará à Bolívia e à Venezuela, podendo emendar com uma parada em Cuba. As idas a
La Paz e Caracas estão confirmadas para os dias 12 e
13 de dezembro. A visita a Havana seria dia 21, mas pode ser antecipada para aproveitar a viagem.
Os aliados que trataram da agenda com Lula temem
que a aparição ao lado de Chávez atice a disputa com a
oposição na reta final da novela da CPMF. Dizem que
a retórica do venezuelano é "imprevisível" e pode causar constrangimentos como os vistos na cúpula ibero-americana. A aparição dos dois juntos manteria, ainda, aceso o debate sobre o terceiro mandato.
Apito inicial. Em La Paz,
o presidente brasileiro e o boliviano Evo Moralez darão o
pontapé inicial em uma partida entre as seleções dos dois
países. A dúvida é se o "boleiro" Lula sentirá os efeitos da
altitude de 3,6 mil metros.
Ao que interessa. O líder
do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse na
última quarta-feira a lideranças da oposição que não criaria empecilhos na votação da
CCJ, pois sua meta é liquidar
logo a fatura da CPMF em plenário -onde acha que terá os
votos necessários.
Rodízio. Tão preocupado
com a possibilidade de o governo remanejar membros da
CCJ, o DEM dará a largada
nas trocas: em viagem, Demóstenes Torres (GO) será
substituído na votação decisiva pelo líder do partido, José
Agripino (RN), primeiro-suplente na comissão.
Guerra fria 1. Fracassou
uma tentativa de marcar um
encontro entre o presidente
em exercício do Senado, Tião
Viana (PT-AC), e a presidente
do STF, Ellen Gracie. Nem a
ministra quis comparecer ao
Senado nem Tião quis se deslocar ao tribunal.
Guerra fria 2. Ellen Gracie teria alegado que seria impróprio ir ao Senado pelo fato
de o STF tratar de vários processos contra senadores. E
Tião teria desistido da visita
pela discordância, já manifestada publicamente, com o que
julga interferência da Corte
em assuntos legislativos.
Página virada. No corpo-a-corpo a que se lançou para
preservar o mandato, Renan
Calheiros (PMDB-AL) tem
abordado até mesmo os senadores que declararam ter votado pela sua cassação, como
Eduardo Suplicy (PT-SP) e
Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Passa lá. Nas conversas, o
peemedebista pede aos senadores que compareçam a seu
gabinete para lhes mostrar
seus documentos de defesa e
repete que a pena de perda
dos direitos políticos seria
uma sentença muito dura.
Grita. O governo José Serra
incluiu no projeto que cria a
agência de saneamento paulista dispositivo que permite à
Sabesp ampliar sua área de
atuação, podendo disputar,
por exemplo, contratos de lixo. A oposição acusa os tucanos de tentar valorizar a empresa para depois privatizá-la.
Sete votos. A acirrada prévia do PT para escolher o candidato a prefeito de Santo André será decidida em segundo
turno, dia 25. Na disputa de
ontem, a vice-prefeita Ivete
Garcia teve 1.076 votos, contra 1.069 do deputado estadual Vanderlei Siraque.
Mão dupla. Ex-ministro
do Trabalho, Almir Pazzianotto abordou o ministro
Paulo Bernardo em Brasília:
"O PT tem de fazer justiça à
sua história e acabar com o
imposto sindical". O titular do
Planejamento respondeu:
"Concordo. Mas é preciso
acabar também com o imposto dos sindicatos patronais".
Em tempo. Neopedetista,
Pazzianotto está na mira da
cúpula de seu partido justamente por defender, entre outras mudanças trabalhistas, o
fim do imposto sindical.
Tiroteio
"Mesmo em processos penais, ainda que não
haja prova cabal, um conjunto de
circunstâncias e indícios, se consistente, é
suficiente para formar convicção."
Da senador JEFFERSON PÉRES (PDT-AM), relator no Conselho de Ética
do processo em que o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de comprar rádios e jornal usando laranjas.
Contraponto
Sob medida
De passagem por Belo Horizonte na quinta-feira passada, Martinho da Vila foi ao Palácio da Liberdade para encontrar o amigo e governador Aécio Neves.
O sambista, filiado ao PC do B, presenteou o tucano
com seu mais recente livro, intitulado "Vermelho 17".
-É um romance de leitura fácil sobre as memórias de
um jovem-, explicou Martinho, para em seguida sugerir a
Aécio que abrisse o volume numa página qualquer.
Ao fazer como lhe foi recomendado, o governador se deparou com uma frase que decidiu ler em voz alta:
-A vida de casado é boa, mas a de solteiro é melhor!
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