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Relatório diz que economia pode crescer mais sem CPMF
Texto que senadora apresenta hoje aponta ganho de 0,4 ponto percentual no PIB
Relatora na CCJ do Senado quer extinção do tributo; votação na comissão está prevista para acontecer amanhã ou na quarta-feira
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relatório da senadora Kátia
Abreu (DEM-TO) sobre a
CPMF, a ser lido hoje na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, dirá que o fim do imposto do cheque faria o Produto Interno Bruto do país crescer 0,4 ponto percentual.
Esse é um dos argumentos da
senadora para indicar como o
imposto prejudica a economia
e deveria ser extinto, contrariando a proposta do governo
de prorrogá-lo até 2011.
Ainda em seu parecer, levantará o argumento de que a carga
tributária está crescendo mais
do que a economia brasileira.
Segundo dados técnicos de
seu relatório, as receitas estão
crescendo em termos reais 8%
neste ano, as despesas, 9%, e o
PIB, 5%. "Com despesas subindo mais que as receitas, e elas
crescendo mais que o PIB, temos aí uma conta que não fecha, a economia vai sendo sufocada", afirma a senadora.
Kátia diz não concordar com
os argumentos do governo de
que não tem condições de manter uma série de gastos sem a
CPMF, principalmente os da
saúde. "A receita total do governo deve ser de R$ 907 bilhões
no próximo ano. A CPMF vai
arrecadar R$ 40 bilhões. Ou seja, ela não é nem 5% de tudo o
que o governo recolhe."
O relatório será lido hoje e,
com o provável pedido de vistas, somente deve ser votado
amanhã ou quarta-feira.
Integrantes da base aliada
mantêm as ameaças de votar
contra a prorrogação do imposto. Jefferson Péres (PDT-AM),
por exemplo, afirma que somente votará pela extensão do
imposto diante de duas condições: garantia pública e por escrito de redução da alíquota e
criação de mecanismo de contenção dos gastos públicos. Já
Pedro Simon (PMDB-RS) admite a dúvida. "O governo, em
vez de negociar, debater, discutir e analisar, está partindo para
o troca-troca, o que me deixa
muito angustiado." A base aliada conta com o voto de Simon
para evitar um empate em 11 a
11, o que jogaria a decisão nas
mãos do presidente da CCJ, senador Marco Maciel (DEM-PE), contrário à prorrogação.
(VALDO CRUZ E EDUARDO SCOLESE)
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