São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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Secretário de Benedita é cotado para o BNDES

ÉRICA FRAGA
GUILHERME BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Renê Garcia, 42, atual secretário estadual de Controle do Rio de Janeiro, é um dos nomes mais cotados para assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no governo Lula.
Garcia cuida do Orçamento do Estado do Rio desde que Benedita da Silva assumiu o governo em abril deste ano, depois que Anthony Garotinho renunciou ao cargo para concorrer à Presidência da República.
Economista, com PHD na FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio, Garcia tem bom trânsito na cúpula petista. Sua atuação no governo de Benedita da Silva tem sido elogiado pelo mercado e por integrantes do PT.
Procurado pela Folha ontem, Garcia não confirmou nem desmentiu a possibilidade de assumir um cargo no próximo governo. Mas, segundo a Folha apurou, o economista é nome certo na equipe de Lula e terá provavelmente a presidência do BNDES como destino. Segundo economistas, a indicação faz sentido.

Consultor do BC
Além de ser admirado dentro do PT, Garcia sempre esteve bastante próximo da equipe econômica de Fernando Henrique Cardoso e tem bom trânsito entre economistas respeitados do mercado.
Antes de ser convidado por Benedita para assumir a secretaria de Controle, ele havia atuado como consultor do Banco Central, do Ministério da Fazenda e da BM&F. Já foi diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). É amigo de Sérgio Werlang, atual diretor do banco Itaú, e de Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV-Rio.
Além de atuar como pesquisador do Ibre-FGV e professor do programa de pós-graduação da instituição, Garcia também dá aulas no Ibmec. Tem orgulho de contar que foi aluno de Mário Henrique Simonsen.
A maior bandeira defendida por Garcia nos últimos anos é a necessidade de se estimular a poupança doméstica no Brasil, por meio de medidas de incentivo ao crescimento do mercado de capitais.
O economista sempre defendeu, por exemplo, a importância de se estimular o mercado de debêntures (títulos de dívida de empresas que podem ou não ser convertidos em ações).
Garcia -que, além de ser pesquisador e professor da FGV, já foi membro do conselho fiscal de várias companhias abertas- sempre criticou também o alto custo das transações no mercado de capitais.

Novo rumo
O BNDES deverá ter uma importância estratégica grande no futuro governo Lula. A intenção é que o banco de fomento seja peça estratégica no programa de estímulo às exportações. A tendência é que o escopo de atuação do BNDES seja mais direcionado para empresas nacionais.


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