São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

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Três acusados do crime aguardam julgamento

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

As condenações de Rayfran das Neves Sales (Fogoió) e de Clodoaldo Carlos Batista (Eduardo) pelo assassinato da missionária Dorothy Stang não encerram o caso. Mais três acusados de participar do crime -presos em Belém- aguardam julgamento.
Amair Feijoli Cunha, o Tato, e os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, o Taradão, são acusados de ser intermediário e mandantes do crime, respectivamente.
Os três conseguiram, por meio de recurso, adiar o julgamento para 2006, o que dá a eles chance de conseguir liberdade provisória até o Tribunal do Júri.
Tato está no Presídio Estadual Metropolitano, a 40 km de Belém. Bida e Taradão estão presos no Centro de Recuperação do Coqueiro, a 23 km do centro da capital, em celas separadas, de três metros quadrados cada.
Para os advogados de acusação, o julgamento em separado de Fogoió e Eduardo beneficiou os três acusados, pois as duas condenações já seriam uma satisfação à sociedade.
Segundo Fogoió, o assassinato de Dorothy foi intermediado por Tato. Porém, em dez depoimentos anteriores, o condenado confirmou a participação dos dois fazendeiros como mandantes.
Bida e Taradão são acusados de ser os responsáveis pelo pagamento de R$ 50 mil pelo assassinato, o que evidenciaria o crime de mando e a formação de um consórcio para matar a freira.
No julgamento, Fogoió e Eduardo chegaram a inocentar Bida e Taradão. Antes de depor, Fogoió destituiu seus advogados.
Leal disse à Folha que Bida é inocente, mas que há pressões de terceiros para incriminá-lo, sugerindo que outras pessoas participaram indiretamente do crime.
Bruno Barbosa, advogado de Tato, disse que Fogoió e Eduardo deixaram claro que foram induzidos a mudar os depoimentos. A defensora pública dos condenados, Marilda Cantal, nega que tenha dado essa orientação.
A Folha não localizou o advogado Osvaldo Serrão, que defende Taradão. No resumo do processo, ele argumenta que a confissão de Tato, que o incriminou, foi tomada de forma ilícita.


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