São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Auditoria de 2003 apontou problemas

DO ENVIADO A NATAL

A investigação do Ministério Público de Natal começou em 2004. No ano anterior, na gestão da governadora adversária de Garibaldi Alves, Wilma de Faria (PSB), uma auditoria da Secretaria de Defesa Social havia detectado problemas na contratação, pela secretaria, da Funcern (Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte), uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos fundada em 1998.
O contrato era de R$ 1,6 milhão e tinha por objetivo implantar um serviço de monitoramento de carros da polícia e comunicação móvel de dados. A fundação foi contratada sem licitação em 2 de outubro, no final da campanha eleitoral. A primeira parcela, de R$ 889 mil, foi liberada dois dias depois. No mesmo dia, a Funcern transferiu R$ 751 mil para a Microtec Sistemas, a fornecedora dos equipamentos.
A auditoria concluiu que o material custou, ao todo, R$ 750 mil, mas os repasses à Microtec somaram R$ 1,38 milhão. O dinheiro foi depositado nas contas de um produtor, um redator, operadores de câmera e de áudio, locutores e até de uma maquiadora. O então coordenador de informática da secretaria recebeu R$ 38 mil da Microtec. Ele deu um parecer favorável à contratação da Funcern sem licitação.
Os laços entre João Santana e Garibaldi são antigos. O marqueteiro participou de empresas que mantiveram contratos com as duas gestões de Garibaldi (1995-2002). Na primeira gestão, Santana integrava um consórcio com a empresa RAF, de um primo de Garibaldi, que abocanhou cerca de 65% da verba publicitária do período, estimada em R$ 12 milhões anuais.
Há um mês, o senador foi ao casamento da filha de Santana, em Salvador. Segundo notas publicadas pela imprensa desde novembro, Santana tem feito lobby em favor de Garibaldi no Senado. (RV)


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