São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Outro lado

Senador diz nada saber a respeito das investigações

Freire diz que não tem informação sobre suspeita; Santana não retornou contatos

DO ENVIADO A NATAL

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse não ter informações sobre a investigação do Ministério Público que apontou suposto desvio de recursos para pagamento da empresa do marqueteiro João Santana na campanha de 2002. Ele disse que houve problemas para quitar a dívida da conta de marketing da campanha.
"Desconheço isso totalmente. Posso lhe adiantar, e João Santana poderá lhe dizer isso, e o próprio Fernando Freire, que houve dificuldade para o equacionamento do pagamento dessa despesa. Inclusive houve até mesmo um pagamento que girou em torno de um imóvel porque não houve dinheiro. Inclusive um ou mais imóveis em relação a isso. Da parte do governador Fernando Freire", disse o senador.
O senador reconheceu que Santana trabalhou em sua campanha. "Ele foi o marqueteiro da campanha de Fernando Freire para governador e a de senador vem sempre num plano mais secundário e ele também participou da minha campanha", disse.
Indagado sobre não ter declarado gastos com Santana ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Garibaldi afirmou: "Na minha, não vai constar porque, na verdade, você sabe muito bem, isso é assumido, no caso, pelo governador, pela importância da campanha. A não ser quando o senador se tratar assim de um empresário, de uma pessoa que possa mobilizar recurso. Como eu não posso, não pude, aliás, isso ficou por conta do governador, daí por que você não viu assim nenhum registro com relação ao mesmo nome".
A reportagem quis saber de novo se os gastos da campanha do senador foram arcados por Freire, incluindo os gastos da Polis e de João Santana. "Todos os gastos, não. Claro que você viu que existem, aí na minha campanha, alguns gastos. Eu digo esses gastos que são mais volumosos, por exemplo, do João Santana, ficam por conta do governador. É uma tradição. A não ser quando o senador tem dinheiro. Eu não tinha e não tenho", disse.
O ex-governador e ex-deputado Fernando Freire disse, em entrevista à Folha no aeroporto de Natal, no sábado, que Santana trabalhou "de forma acessória, não diretamente, na campanha. Foi muito discretamente". Freire afirmou que Santana "trabalhou para todo mundo", mas que ainda não tinha informações sobre as suspeitas do Ministério Público em relação à Funcern. "Pedi ao meu advogado para ver isso, estamos vendo isso, ainda não sei de nada a respeito", disse
Freire é alvo de 28 ações por suposta improbidade administrativa ao longo da gestão interina de 2002.
Santana foi procurado pela Folha a partir da quarta. Foram deixados inúmeros recados na sede da Polis Propaganda e Marketing, em Salvador (BA), mas não houve retorno a um pedido de esclarecimentos. Segundo a pessoa que atendia aos telefonemas, Santana estava em viagem à França, sem previsão de retorno. Os representantes da Microtec em Natal não foram localizados. (RV)


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