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Outro lado
Senador diz nada saber a respeito das investigações
Freire diz que não tem informação sobre suspeita; Santana não retornou contatos
DO ENVIADO A NATAL
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse não ter
informações sobre a investigação do Ministério Público que
apontou suposto desvio de recursos para pagamento da empresa do marqueteiro João
Santana na campanha de 2002.
Ele disse que houve problemas
para quitar a dívida da conta de
marketing da campanha.
"Desconheço isso totalmente. Posso lhe adiantar, e João
Santana poderá lhe dizer isso, e
o próprio Fernando Freire, que
houve dificuldade para o equacionamento do pagamento dessa despesa. Inclusive houve até
mesmo um pagamento que girou em torno de um imóvel
porque não houve dinheiro. Inclusive um ou mais imóveis em
relação a isso. Da parte do governador Fernando Freire",
disse o senador.
O senador reconheceu que
Santana trabalhou em sua campanha. "Ele foi o marqueteiro
da campanha de Fernando
Freire para governador e a de
senador vem sempre num plano mais secundário e ele também participou da minha campanha", disse.
Indagado sobre não ter declarado gastos com Santana ao
TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Garibaldi afirmou: "Na minha, não vai constar porque, na
verdade, você sabe muito bem,
isso é assumido, no caso, pelo
governador, pela importância
da campanha. A não ser quando
o senador se tratar assim de um
empresário, de uma pessoa que
possa mobilizar recurso. Como
eu não posso, não pude, aliás,
isso ficou por conta do governador, daí por que você não viu
assim nenhum registro com relação ao mesmo nome".
A reportagem quis saber de
novo se os gastos da campanha
do senador foram arcados por
Freire, incluindo os gastos da
Polis e de João Santana. "Todos
os gastos, não. Claro que você
viu que existem, aí na minha
campanha, alguns gastos. Eu
digo esses gastos que são mais
volumosos, por exemplo, do
João Santana, ficam por conta
do governador. É uma tradição.
A não ser quando o senador
tem dinheiro. Eu não tinha e
não tenho", disse.
O ex-governador e ex-deputado Fernando Freire disse, em
entrevista à Folha no aeroporto de Natal, no sábado, que
Santana trabalhou "de forma
acessória, não diretamente, na
campanha. Foi muito discretamente". Freire afirmou que
Santana "trabalhou para todo
mundo", mas que ainda não tinha informações sobre as suspeitas do Ministério Público
em relação à Funcern. "Pedi ao
meu advogado para ver isso, estamos vendo isso, ainda não sei
de nada a respeito", disse
Freire é alvo de 28 ações por
suposta improbidade administrativa ao longo da gestão interina de 2002.
Santana foi procurado pela
Folha a partir da quarta. Foram deixados inúmeros recados na sede da Polis Propaganda e Marketing, em Salvador
(BA), mas não houve retorno a
um pedido de esclarecimentos.
Segundo a pessoa que atendia
aos telefonemas, Santana estava em viagem à França, sem
previsão de retorno. Os representantes da Microtec em Natal não foram localizados.
(RV)
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