São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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PT apoia rival de Quércia no PMDB paulista

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o apoio velado do PT, a ala do PMDB paulista contrária à aliança com o PSDB armou uma ofensiva para tentar diminuir a força do ex-governador Orestes Quércia, aliado do tucano José Serra e atual presidente do partido no Estado.
Amanhã, cerca de 750 peemedebistas com direito a voto vão eleger o novo comando da sigla em São Paulo, que terá poder decisivo em 2010. Quércia é o favorito, mas, até duas semanas atrás, caminhava para uma vitória por aclamação. Agora, terá de enfrentar o deputado federal Francisco Rossi.
O ex-prefeito de Osasco encabeça uma chapa que prega a candidatura própria do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, contra o desejo de Quércia de ver o partido engajado nas fileiras tucanas. Entre os entusiastas da candidatura Rossi, que chegou a apoiar a chapa de Quércia, está o grupo do PT ligado ao deputado federal João Paulo Cunha e ao prefeito de Osasco, Emidio de Souza.
Segundo estimativa da atual direção do PMDB paulista, das cerca de 140 vagas na chapa oposicionista, 120 são ocupadas por filiados de Osasco.
Quércia firmou um pré-acordo com o PSDB de que terá o apoio do partido de Serra para concorrer a uma vaga no Senado. O PMDB também ocupa o cargo de vice do prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM), outro aliado dos tucanos.
O ex-governador lançou seu nome à reeleição com o compromisso de discutir se o partido terá ou não candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes só em 2010, na convenção da sigla, e conquistou o apoio até do presidente da Câmara, Michel Temer, cotado para ocupar a vice da ministra petista Dilma Rousseff em 2010.
"Nossa ideia nunca foi antecipar a discussão que terá de ser feita mais adiante. Neste momento, era hora de unir o partido em São Paulo", disse o deputado estadual Jorge Caruso, vice-presidente do PMDB-SP.
Se conquistar mais de 20% dos votos, a chapa de Rossi terá o direito de indicar membros para o Diretório Estadual do partido em 2010, o que deve dificultar as pretensões de Quércia. O ex-governador, porém, disse que aceita lançar candidato próprio ao Bandeirantes desde que Roberto Requião (PR) seja o candidato da sigla na disputa pelo Palácio do Planalto.
Em 2002, Quércia apoiou Lula, mas se desentendeu com o PT-SP, que não trabalhou por sua candidatura ao Senado.
"A última vez que o PMDB teve candidato próprio ao governo de São Paulo foi há 15 anos. De lá pra cá, o partido diminuiu de tamanho no Estado", afirmou Rossi. A eleição será realizada na Assembleia Legislativa. O vencedor deve ser conhecido amanhã mesmo.


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