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CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Pauta tem 35 projetos
Salários extras vão custar R$ 9,5 mi
LUIZA DAMÉ
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O governo vai gastar R$ 9,5 milhões somente com o pagamento
de salários extras para os 594 parlamentares na convocação extraordinária de janeiro.
A prioridade da convocação é a
votação de dois projetos: a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a votação do Orçamento
para 1999, que deveria ser votado
até a próxima terça-feira, segundo
o regimento.
A mensagem do presidente Fernando Henrique Cardoso convocando o Congresso de 4 a 29 de janeiro de 1999 foi encaminhada ontem. A pauta inclui 35 propostas,
sendo 7 medidas do pacote de
ajuste fiscal.
"Mas o carro-chefe será a votação da CPMF e do Orçamento",
disse o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES).
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Salários extras
Além dos dois salários extras da
convocação, cada parlamentar receberá em dois meses de trabalho
(dezembro e janeiro) R$ 28 mil.
Esse valor se refere a salários de
dezembro e janeiro (R$ 8.000 cada), metade do 13º (R$ 4.000) e ajuda de custo de final do ano legislativo (R$ 8.000). Cada salário extra
é equivalente a R$ 8.000.
"É uma questão regimental. Isso
não é relevante, se comparado ao
benefício que este Congresso trouxe ao Brasil", disse o líder do PSDB
na Câmara, Aécio Neves (MG).
Na opinião dele, o PSDB está disposto a discutir mudanças no regimento para o excluir o pagamento.
Para minimizar os custos com a
convocação, o líder do PSDB no
Senado, Sérgio Machado (CE),
compara essa despesa com o prejuízo causado pela falta de cobrança da CPMF.
"O governo deixa de arrecadar
R$ 1,2 bilhão por mês com o atraso
da aprovação da CPMF", afirmou
o líder tucano no Senado.
²
Suplentes
Os maiores beneficiados com a
convocação serão os suplentes de
parlamentares eleitos para o Executivo, como Antônio Faleiros
(PSDB-GO), que assume na vaga
do governador eleito de Goiás,
Marconi Perillo.
Os suplentes vão ganhar R$ 24
mil para trabalhar apenas de 4 a 29
de janeiro, período da convocação.
Álvares citou também a criação do
Ministério da Defesa como uma
das prioridades da convocação,
além da reforma política. "O governo tem interesse explícito na
aprovação da fidelidade partidária", disse Álvares.
A CPMF deverá ser aprovada no
Senado até 24 de janeiro (dois turnos), para ser encaminhada à Câmara.
A votação pelos deputados deverá estar concluída até abril.
A emenda institui a cobrança da
CPMF por mais 36 meses e aumenta a alíquota de 0,20% para 0,38%
nos primeiros 12 meses e 0,30%
nos 24 meses restantes.
²
Colaborou
Denise Madueño, da Sucursal de
Brasília
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