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ITAMARATY
Exame de língua inglesa deixará de ser eliminatório
Portaria autoriza novas regras no próximo concurso para diplomata
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Relações Exteriores realizará neste ano o primeiro concurso para o ingresso
na carreira de diplomata com novas regras para a prova de inglês,
que deixa de ser eliminatória e
passa a classificar os candidatos.
O objetivo da mudança, segundo o Itamaraty, é tornar o concurso menos elitista. Segundo o Ministério das Relações Exteriores,
as atuais regras tendem a privilegiar filhos de diplomatas e pessoas que moraram no exterior. A
prova de inglês é eliminatória desde 1996, quando a prova de francês perdeu esse caráter.
A mudança foi feita por meio de
portaria, publicada em 7 de dezembro. O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) havia
anunciado em outubro as alterações, detalhadas à época em uma
reportagem da Folha.
Ontem, Amorim voltou a defender as mudanças após participar de reunião do Conselho de Segurança da ONU. "O inglês não
vai deixar de ser uma condição indispensável. Mas vocês vêem que
hoje eu falei em espanhol [no
Conselho]. É importante falar não
só inglês mas outras línguas também. Agora, não há porque fazer
disso um requisito prévio em benefício daqueles que por uma
chance da vida ou moraram no
exterior ou os pais têm posses suficientes para que, além dos cursos normais, tenham tido cursos
especiais em língua estrangeira."
Pelas regras estabelecidas pela
portaria 467, a prova de inglês
passará a ter o mesmo status das
provas realizadas na terceira fase
do concurso, ou seja, a pontuação
será classificatória e servirá para
compor a média do candidato.
"Isso não significa que a pontuação necessária em inglês para
ingressar na carreira não terá que
ser alta", disse o chefe da assessoria de imprensa do Itamaraty, ministro Ricardo Neiva Tavares.
A partir do próximo concurso,
que ainda aguarda edital e deve
ocorrer em março, a primeira fase
será composta por um teste eliminatório de pré-seleção, que inclui
questões de português, história
do Brasil, história geral e geografia. Candidatos que tiverem nota
inferior à estabelecida pelo edital
não poderão continuar.
Na segunda fase, os candidatos
farão prova escrita de português,
também eliminatória. Na terceira
fase, apenas classificatória, as provas escritas serão de história do
Brasil, geografia, política internacional, direito, economia, inglês e
francês ou espanhol. Nesta fase
será estabelecida uma nota mínima para o conjunto das provas.
Para o Itamaraty, a mudança
tem o objetivo de eliminar distorções. Como exemplo dessas distorções, o Itamaraty cita candidatos que tiveram nota 48 na prova
de inglês, quando a nota de corte
era 50, e notas máximas nas demais matérias, mas foram eliminados, enquanto candidatos com
nota máxima em inglês e notas
médias nas demais matérias ingressaram na carreira.
Colaborou LUCIANA COELHO, de Nova
York
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