São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

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Para ex-embaixador, mudança prejudica serviço diplomático

AMAURI ARRAIS
DA REDAÇÃO

A portaria do governo que mudou de eliminatória para classificatória a prova de inglês para o ingresso na carreira diplomática pode, futuramente, comprometer a eficiência do serviço diplomático brasileiro. É o que acredita o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa.
Para ele, mais que uma atributo do candidato, a língua inglesa é "um instrumento de sobrevivência e de trabalho do diplomata". "Espero que a medida não rebaixe o nível dos candidatos e não venha a prejudicar o serviço diplomático brasileiro, conhecido como um dos melhores do mundo", disse.
Na opinião de Barbosa, a utilização do inglês é fundamental não apenas nos locais em que é idioma oficial, mas também em países como China, Holanda, Rússia e Noruega, onde a maioria dos compromissos oficiais transcorre em inglês.
O ex-embaixador criticou a justificativa do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que a intenção da mudança é remover um "fator elitista" na seleção. "Não é uma questão de elitismo, mas do sistema educacional brasileiro", afirmou.
Para Barbosa, a "efetiva democratização" da carreira diplomática se deu em 1945, ano da fundação do Itamaraty. Desde então, afirma, nem o inglês nem o francês -língua que também já foi considerada eliminatória-, foram entraves ao ingresso. "Entram os mais capazes. Dentre eles, pessoas de todas as condições sociais", disse o ex-embaixador.


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