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Para ex-embaixador, mudança prejudica serviço diplomático
AMAURI ARRAIS
DA REDAÇÃO
A portaria do governo que
mudou de eliminatória para
classificatória a prova de inglês
para o ingresso na carreira diplomática pode, futuramente,
comprometer a eficiência do
serviço diplomático brasileiro.
É o que acredita o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa.
Para ele, mais que uma atributo do candidato, a língua inglesa é "um instrumento de sobrevivência e de trabalho do diplomata". "Espero que a medida não rebaixe o nível dos candidatos e não venha a prejudicar o serviço diplomático brasileiro, conhecido como um dos
melhores do mundo", disse.
Na opinião de Barbosa, a utilização do inglês é fundamental
não apenas nos locais em que é
idioma oficial, mas também
em países como China, Holanda, Rússia e Noruega, onde a
maioria dos compromissos oficiais transcorre em inglês.
O ex-embaixador criticou a
justificativa do ministro das
Relações Exteriores, Celso
Amorim, de que a intenção da
mudança é remover um "fator
elitista" na seleção. "Não é uma
questão de elitismo, mas do sistema educacional brasileiro",
afirmou.
Para Barbosa, a "efetiva democratização" da carreira diplomática se deu em 1945, ano
da fundação do Itamaraty.
Desde então, afirma, nem o inglês nem o francês -língua
que também já foi considerada
eliminatória-, foram entraves
ao ingresso. "Entram os mais
capazes. Dentre eles, pessoas
de todas as condições sociais",
disse o ex-embaixador.
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