DA REDAÇÃO

O governador Geraldo Alckmin diz que a escolha de seu vice, Claudio Lembo, foi um "golaço". Quase concomitantemente, seus aliados espalham a preocupação de deixar a Prefeitura de São Paulo nas mãos de Gilberto Kassab, substituto do prefeito José Serra. O que Alckmin e seus aliados não falam é que eles tiveram papel decisivo para colocar Kassab no posto que ele ocupa hoje.
Depois de duas chapas "puro sangue" ao governo de São Paulo (Mario Covas e Geraldo Alckmin), a eleição de 2002 assistiu à dobradinha PSDB/PFL no Estado, com Lembo como vice.
Em 2004, durante a definição da candidatura de Serra à prefeitura, Alckmin não só estimulou o tucano a participar do escrutínio como atuou para que o PSDB repetisse, no âmbito municipal, a aliança firmada no Estado.
Lembo, que é do PFL, participou da costura entre os partidos e foi um dos principais avalistas de Kassab. O então candidato Serra, segundo interlocutores, temia o desgaste que um vice ligado ao ex-prefeito Celso Pitta poderia acarretar à campanha. Como os pefelistas não iriam abrir mão do nome de Kassab e recebiam o aval do Palácio dos Bandeirantes, Serra aceitou o acordo.
"Consultamos todos os integrantes das executivas estadual e municipal. Contou também para a decisão o apoio da direção nacional do partido a Kassab", disse Lembo em 2004.
Lideranças tucanas disseram que passou pelas negociações a possibilidade de ampliação do espaço do PFL no governo estadual.
Na campanha daquele ano, Kassab foi um dos maiores alvos dos petistas, que tinham Marta Suplicy como candidata à reeleição. Denúncias de aumento do patrimônio pessoal do pefelista e suas conexões com Pitta foram exploradas na propaganda eleitoral da TV. A possibilidade de a prefeitura ficar nas mãos de Kassab também foi aventada pela campanha do PT. Os tucanos paulistas defenderam Kassab dos ataques, incluindo os aliados de Alckmin.


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