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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
De longe
Enquanto o clima esquenta na Venezuela, o governo brasileiro faz de tudo para se manter distante do
"socialismo ou morte" anunciado por Hugo Chávez
na posse de seu terceiro mandato.
A questão é tratada como "um problema interno venezuelano" pelo assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. "Se houver
uma crise institucional e for solicitada uma intervenção, veremos o que fazer." Garcia avalia que o entrave
diplomático com os EUA causado pela nacionalização
dos setores elétrico e telefônico é uma questão bilateral. "O Brasil não é moço de recados dos EUA. Só se
mexe se isso vier a afetar nossas relações externas."
Eixo 1. O Mercosul pode
anunciar um acordo de livre
comércio com seis países do
Golfo Pérsico já na sua reunião de cúpula da semana que
vem, no Rio. O acordo deslanchou depois que a Venezuela,
que também nada em petróleo, entrou no bloco.
Eixo 2. Hugo Chávez tem
defendido a integração com
os países ricos em petróleo
como forma de fazer frente ao
poderio dos EUA. Técnicos do
Mercosul e do Golfo encerraram as negociações anteontem, em Bruxelas.
Padrinhos. Presidente da
Nicarágua, Daniel Ortega disse à comitiva brasileira logo
após a sua posse que apoiará
sua política externa nas relações com Lula e Chávez.
Novos mercados. Eduardo Suplicy (PT-SP) embarca
na segunda-feira para a China, onde dará palestras para
funcionários do governo sobre os programas sociais adotados no Brasil, tema de seu livro "Renda de Cidadania".
Elementos. Apelido pelo
qual ONGs ambientalistas se
referem a Marina Silva (Meio
Ambiente) em textos e sites:
"dama da mata". É uma contraposição a sua inimiga Dilma Rousseff (Casa Civil), chamada de "dama de ferro".
Marcação. O site do PT, que
deu destaque à ação do Ministério Público contra Raul
Jungmann (PPS-PE), desencavou ontem a acusação de
que ele usou avião da FAB para viagem particular, em 1996.
Barulho. Tarso Genro (Relações Institucionais) se diz
"surpreso" com a grita por
conta do apoio tucano a Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa da Câmara. "O PSDB só
repôs um princípio que havia
sido violado com a eleição de
Severino Cavalcanti, sem
abrir mão de ser oposição."
Meia-volta. Dos EUA, Aécio Neves conversou com tucanos e pefelistas. Diante da
reação ao apoio do PSDB a
Chinaglia, o governador mineiro disse não ter nada a ver
com a decisão. Quer até reunião para discutir o tema.
Volver. O fato é que na quinta-feira, antes da nova orientação do governador, sua tropa de choque defendia o apoio
a Chinaglia. Ainda ontem,
parte do grupo não havia sido
avisada da mudança de tom.
Conversão 1. Inocêncio
Oliveira (PR-PE) está pronto
para desembarcar da candidatura de Aldo Rebelo (PC do
B-SP) à presidência da Câmara. O deputado afirma que vai
seguir a decisão de seu partido, que deve anunciar apoio a
Chinaglia na segunda-feira.
Conversão 2. Inocêncio
tenta permanecer na Mesa,
seu hábitat preferido. O PT
pode lhe ceder a quarta secretaria, responsável pelos apartamentos funcionais. O problema é que, levado em conta
o tamanho da bancada, o cargo teria de ir para o PTB, e não
de seu partido, o PR (ex-PL).
Salvação. Sem conseguir
aprovar seu pacote tributário
na Assembléia Legislativa, a
governadora Yeda Crusius
(PSDB) aposta as fichas na
produção agrícola do Rio
Grande do Sul, que deve atenuar este ano a crise econômica pela qual passa o Estado.
Tiroteio
"Quando fazia suas denúncias no Congresso,
Jungmann dizia confiar no trabalho do
Ministério Público. O órgão só é confiável
quando atende ao seu interesse?"
Do deputado DEVANIR RIBEIRO (PT-SP) sobre fato de o deputado Raul
Jungmann, ex-integrante da CPI dos Sanguessugas, ter se dito "surpreso" com a denúncia de desvio de verba quando era ministro de FHC.
Contraponto
Por exclusão
Em entrevista no Palácio do Planalto nesta semana, jornalistas brincavam com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, pelo fato de ele ser atualmente a "figura mais importante da República".
O cortejo era uma forma de tentar convencer o petista
a conceder entrevistas diárias, em dias de poucas notícias
em Brasília.
O ministro entrou no jogo:
-É claro. Eu só sou a principal figura. Não tem mais
ninguém aqui no Palácio!
Dilma estava de folga e Lula, de férias.
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