São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

De longe

Enquanto o clima esquenta na Venezuela, o governo brasileiro faz de tudo para se manter distante do "socialismo ou morte" anunciado por Hugo Chávez na posse de seu terceiro mandato.
A questão é tratada como "um problema interno venezuelano" pelo assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. "Se houver uma crise institucional e for solicitada uma intervenção, veremos o que fazer." Garcia avalia que o entrave diplomático com os EUA causado pela nacionalização dos setores elétrico e telefônico é uma questão bilateral. "O Brasil não é moço de recados dos EUA. Só se mexe se isso vier a afetar nossas relações externas."

Eixo 1. O Mercosul pode anunciar um acordo de livre comércio com seis países do Golfo Pérsico já na sua reunião de cúpula da semana que vem, no Rio. O acordo deslanchou depois que a Venezuela, que também nada em petróleo, entrou no bloco.

Eixo 2. Hugo Chávez tem defendido a integração com os países ricos em petróleo como forma de fazer frente ao poderio dos EUA. Técnicos do Mercosul e do Golfo encerraram as negociações anteontem, em Bruxelas.

Padrinhos. Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega disse à comitiva brasileira logo após a sua posse que apoiará sua política externa nas relações com Lula e Chávez.

Novos mercados. Eduardo Suplicy (PT-SP) embarca na segunda-feira para a China, onde dará palestras para funcionários do governo sobre os programas sociais adotados no Brasil, tema de seu livro "Renda de Cidadania".

Elementos. Apelido pelo qual ONGs ambientalistas se referem a Marina Silva (Meio Ambiente) em textos e sites: "dama da mata". É uma contraposição a sua inimiga Dilma Rousseff (Casa Civil), chamada de "dama de ferro".

Marcação. O site do PT, que deu destaque à ação do Ministério Público contra Raul Jungmann (PPS-PE), desencavou ontem a acusação de que ele usou avião da FAB para viagem particular, em 1996.

Barulho. Tarso Genro (Relações Institucionais) se diz "surpreso" com a grita por conta do apoio tucano a Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa da Câmara. "O PSDB só repôs um princípio que havia sido violado com a eleição de Severino Cavalcanti, sem abrir mão de ser oposição."

Meia-volta. Dos EUA, Aécio Neves conversou com tucanos e pefelistas. Diante da reação ao apoio do PSDB a Chinaglia, o governador mineiro disse não ter nada a ver com a decisão. Quer até reunião para discutir o tema.

Volver. O fato é que na quinta-feira, antes da nova orientação do governador, sua tropa de choque defendia o apoio a Chinaglia. Ainda ontem, parte do grupo não havia sido avisada da mudança de tom.

Conversão 1. Inocêncio Oliveira (PR-PE) está pronto para desembarcar da candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara. O deputado afirma que vai seguir a decisão de seu partido, que deve anunciar apoio a Chinaglia na segunda-feira.

Conversão 2. Inocêncio tenta permanecer na Mesa, seu hábitat preferido. O PT pode lhe ceder a quarta secretaria, responsável pelos apartamentos funcionais. O problema é que, levado em conta o tamanho da bancada, o cargo teria de ir para o PTB, e não de seu partido, o PR (ex-PL).

Salvação. Sem conseguir aprovar seu pacote tributário na Assembléia Legislativa, a governadora Yeda Crusius (PSDB) aposta as fichas na produção agrícola do Rio Grande do Sul, que deve atenuar este ano a crise econômica pela qual passa o Estado.

Tiroteio

"Quando fazia suas denúncias no Congresso, Jungmann dizia confiar no trabalho do Ministério Público. O órgão só é confiável quando atende ao seu interesse?"
Do deputado DEVANIR RIBEIRO (PT-SP) sobre fato de o deputado Raul Jungmann, ex-integrante da CPI dos Sanguessugas, ter se dito "surpreso" com a denúncia de desvio de verba quando era ministro de FHC.

Contraponto

Por exclusão

Em entrevista no Palácio do Planalto nesta semana, jornalistas brincavam com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, pelo fato de ele ser atualmente a "figura mais importante da República".
O cortejo era uma forma de tentar convencer o petista a conceder entrevistas diárias, em dias de poucas notícias em Brasília.
O ministro entrou no jogo:
-É claro. Eu só sou a principal figura. Não tem mais ninguém aqui no Palácio!
Dilma estava de folga e Lula, de férias.


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