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CASO CECI CUNHA
Deputados depõem em comissão
Não há montagem em fita, diz laudo
da Sucursal de Brasília
A perícia feita na fita com diálogos entre o deputado Talvane Albuquerque (sem partido-AL) e o
pistoleiro Maurício Novaes, o
"Chapéu de Couro", comprovou
que é de Albuquerque a voz que
aparece na gravação e que não
houve montagem.
O laudo contesta a versão de Albuquerque, que disse ter sido excluído um trecho em que ele teria
dito que não queria matar o deputado Augusto Farias (PFL-AL).
"A fita é íntegra e contínua. Não
houve, durante toda a extensão da
fita questionada, qualquer evento
que alterasse os diálogos originais,
no sentido de inserir ou excluir
qualquer trecho significativo de
diálogo. As gravações são autênticas", afirmou Ricardo Molina,
chefe do Departamento de Medicina Legal da Unicamp (Universidade de Campinas).
Há duas pequenas interrupções
nas gravações, consideradas "defeito momentâneo de ordem mecânica ou eletrônica".
O deputado não havia negado ter
conversado com o pistoleiro, mas
a sequência dos trechos gravados.
A análise da fita mostra que o
pistoleiro estava sendo monitorado durante a gravação. "O Chapéu
de Couro está com umas pessoas
que não apenas estão ouvindo o
que ele fala, mas dando orientações a ele", disse Molina. A perícia
não pôde identificar as vozes, que
são muito baixas. As fitas, segundo
Farias, mostram que Albuquerque
planejava matá-lo.
O laudo foi entregue ontem à comissão de sindicância da Câmara
que apura suposto envolvimento
de Albuquerque na morte da deputada Ceci Cunha (PSDB-AL),
em 16 de dezembro passado.
A comissão ouviu ontem os depoimentos de Farias e Albuquerque, suspeito de ser o mandante do
crime. O relator, Robson Tuma
(PFL-SP), identificou contradições
no depoimento de Farias.
O deputado entregou fitas com
diálogos entre Albuquerque e Chapéu de Couro e contou que sua irmã foi perseguida por uma caminhonete Ranger, que, mais tarde,
teria sido usada por Albuquerque.
O fato não consta dos documentos
entregues pela polícia à comissão.
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