|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Número de mortes
por posse de terra
subiu 31%, diz CPT
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
O número de assassinatos resultantes de conflitos fundiários cresceu 31% no ano passado em relação a 2001, enquanto
a quantidade de trabalhadores
flagrados em situação análoga
à escravidão avançou 126%, no
mesmo período, de acordo
com a CPT (Comissão Pastoral
da Terra).
A última vez em que o número de assassinatos no campo
superou os 38 casos registrados
no ano passado foi em 1996,
quando 46 trabalhadores rurais foram mortos, sendo 19 deles apenas no massacre de Eldorado do Carajás (PA). Se
comparado com 2000, o avanço chega a 81%, segundo o levantamento anual da Pastoral.
O Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma
Agrária) informou ontem que
vai manter a posição do governo Fernando Henrique Cardoso de não utilizar oficialmente
os dados da CPT.
Até 1999, os dados da CPT integravam os balanços anuais da
reforma agrária do governo federal. No ano seguinte, o levantamento passou a ser feito pela
Ouvidoria Agrária Nacional,
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A CPT e a Ouvidoria, porém,
disseram que vão conversar
para buscar um ajuste entre os
números. Segundo a Ouvidoria, em 2002 ocorreram 20 crimes no campo, pouco mais da
metade do verificado pela CPT.
O balanço da CPT, obtido pela Agência Folha, será divulgado hoje, em Brasília, na sede da
Confederação Nacional dos
Bispos do Brasil. Dom Tomás
Balduíno e Marcelo Resende,
presidentes da CPT e do Incra,
respectivamente, participarão
da coletiva, junto a representantes de movimentos sociais.
Texto Anterior: Questão agrária: Em 1ª reunião, governo atende a MST Próximo Texto: Governo petista: Lula pede "agenda positiva" ao Congresso Índice
|