São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

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Petista discute dar mais espaço ao PMDB para agradar à ala do partido na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Prometendo repartir cargos com "equilíbrio", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem em reunião com peemedebistas que cogita dar dois ministérios para a bancada do PMDB na Câmara e manter os dois já em poder do Senado.
Lula recebeu no Palácio do Planalto Michel Temer (SP), presidente do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara, e Valdir Raupp (RO), líder no Senado.
Como o PMDB do Senado já possui Comunicações e Minas e Energia, o presidente disse que as duas pastas do PMDB da Câmara seriam provavelmente escolhidas entre Saúde, Integração Nacional e Cidades, segundo a Folha apurou. Estes dois últimos ministérios são hoje da cota do PSB e PP.
Lula disse ainda aos peemedebistas que terá pronto em 20 dias o "desenho" da reforma e que a convenção nacional do PMDB, em 11 de março, não será usada para adiar o anúncio do primeiro escalão.
A ala neogovernista do PMDB, que controla a bancada da Câmara, deseja a permanência de Temer na presidência e pressiona Lula para anunciar a reforma antes da convenção. O presidente se comprometeu a atendê-la. Já a ala do Senado deseja substituir Temer pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim e quer deixar a reforma para depois da convenção.
"O governo quer deixar claro que não fará nenhum tipo de intervenção na sucessão interna do PMDB", afirmou o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), que também participou do encontro.
Lula articula com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a indicação do médico José Gomes Temporão para a Saúde, mas a bancada da Câmara não aceita. Quer parlamentares como ministros.
A oferta de Lula ao PMDB esbarra no fato de Ciro Gomes (PSB), ex-ministro da Integração Nacional, querer manter Pedro Brito à frente da pasta. Nas Cidades, além do PP, o entrave é o PT, que a ex-prefeita Marta Suplicy no ministério.
Segundo Temer, o ideal é que o PMDB mantenha o comando das três pastas que já possui. "O presidente nos assegurou que vai fazer o equilíbrio absoluto do PMDB e vai trazer o PMDB como um todo para o governo."
"Ficou implícito que se levaria em consideração o tamanho dos partidos e os votos que os partidos podem trazer para o governo nas várias votações", disse Temer.
(KENNEDY ALENCAR, EDUARDO SCOLESE E PEDRO DIAS LEITE)


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