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Petista discute dar mais espaço ao PMDB para agradar à ala do partido na Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Prometendo repartir cargos
com "equilíbrio", o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem em reunião com
peemedebistas que cogita dar
dois ministérios para a bancada
do PMDB na Câmara e manter
os dois já em poder do Senado.
Lula recebeu no Palácio do
Planalto Michel Temer (SP),
presidente do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), líder
do partido na Câmara, e Valdir
Raupp (RO), líder no Senado.
Como o PMDB do Senado já
possui Comunicações e Minas
e Energia, o presidente disse
que as duas pastas do PMDB da
Câmara seriam provavelmente
escolhidas entre Saúde, Integração Nacional e Cidades, segundo a Folha apurou. Estes
dois últimos ministérios são
hoje da cota do PSB e PP.
Lula disse ainda aos peemedebistas que terá pronto em 20
dias o "desenho" da reforma e
que a convenção nacional do
PMDB, em 11 de março, não será usada para adiar o anúncio
do primeiro escalão.
A ala neogovernista do
PMDB, que controla a bancada
da Câmara, deseja a permanência de Temer na presidência e
pressiona Lula para anunciar a
reforma antes da convenção. O
presidente se comprometeu a
atendê-la. Já a ala do Senado
deseja substituir Temer pelo
ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim e
quer deixar a reforma para depois da convenção.
"O governo quer deixar claro
que não fará nenhum tipo de
intervenção na sucessão interna do PMDB", afirmou o ministro Tarso Genro (Relações
Institucionais), que também
participou do encontro.
Lula articula com o governador do Rio, Sérgio Cabral
(PMDB), a indicação do médico José Gomes Temporão para
a Saúde, mas a bancada da Câmara não aceita. Quer parlamentares como ministros.
A oferta de Lula ao PMDB
esbarra no fato de Ciro Gomes
(PSB), ex-ministro da Integração Nacional, querer manter
Pedro Brito à frente da pasta.
Nas Cidades, além do PP, o entrave é o PT, que a ex-prefeita
Marta Suplicy no ministério.
Segundo Temer, o ideal é que
o PMDB mantenha o comando
das três pastas que já possui. "O
presidente nos assegurou que
vai fazer o equilíbrio absoluto
do PMDB e vai trazer o PMDB
como um todo para o governo."
"Ficou implícito que se levaria em consideração o tamanho
dos partidos e os votos que os
partidos podem trazer para o
governo nas várias votações",
disse Temer.
(KENNEDY ALENCAR, EDUARDO SCOLESE E PEDRO DIAS LEITE)
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