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Restituição paga despesas em viagens
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além do auxílio-moradia e das ajudas de custo,
alguns ministros usam a
restituição para pagar suas
despesas de trabalho, geralmente durante viagens.
Mas diferentemente do
cartão corporativo, que foi
criado para essa situação,
o reembolso tem pouca
ou nenhuma fiscalização
externa.
Em alguns casos, o ministro não tem cartão próprio, como Marta Suplicy
(Turismo), e não divulga
detalhes das contas reembolsadas. Em outros, o
reembolso é usado em
complemento ao uso do
cartão, como Orlando Silva (Esporte) e Altemir
Gregolin (Pesca).
A Folha realizou um levantamento sobre valores
recebidos pelos ministros
no ano passado dentro da
rubrica "restituições e indenizações", um item de
despesas correntes nas
contas do governo.
Considerando apenas os
valores que foram identificados como reembolsos
de despesas, o líder do
ranking foi o ministro da
Educação, Fernando Haddad. Seus dois reembolsos
se referem à compra de
uma passagem de classe
executiva de Madri a São
Paulo (3740 euros) e
R$ 650 por excesso de peso na ida a Paris, na mesma viagem de trabalho.
Ele levou um carregamento de livros para distribuir em uma conferência da Unesco em Paris e,
na volta, perdeu o bilhete.
O caso difere dos próximos colocados, Marta Suplicy (Turismo) e Jorge
Félix (CGU), que não detalharam a agenda relativa
aos reembolsos. As assessorias informaram apenas
tratar de gastos em viagens de trabalho.
Mesmo com o valor do
reembolso disponível no
Portal da Transparência, a
CGU considera que a prática do reembolso deve ser
algo extraordinário, o normal seria usar o cartão.
"A dificuldade é a mesma de todo provimento de
fundos. É difícil entrar nos
milhares de processos arquivados nos órgãos e ver
tudo", disse Luiz Navarro,
da CGU. Ele diz ter receio
de uso de verba para despesas que não de viagem.
As assessorias de Gregolin, Orlando Silva e Nilcéa
Freire (Mulheres) enviaram justificativas de refeições e hospedagens. Luiz
Dulci, em viagem oficial,
ofereceu para hoje detalhamento de seus reembolsos. A assessoria de imprensa da Casa Civil, responsável pela Secretaria
de Administração da Presidência, não informou os
reembolsos dos ministros
vinculados ao órgão.
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