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Lula agora se diz "chocado" com imagens
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA
Após ter declarado que as
imagens do mensalão do
DEM não falavam "por si", o
presidente Lula disse ontem
em Goiânia ter ficado "chocado" com o vídeo no qual o
governador afastado do Distrito Federal, José Roberto
Arruda (sem partido), preso
um dia antes, aparece recebendo um maço de dinheiro.
"Obviamente que eu fico
chocado quando eu vejo as
denúncias de corrupção neste país, fiquei chocado quando aparece aquele filme do
Arruda recebendo dinheiro.
É uma coisa absurda a gente
imaginar que, em pleno século 21, isso acontece no Brasil", afirmou, em entrevista a
rádios goianas.
No inicio de dezembro, logo que estourou a crise, Lula
foi questionado sobre esses
mesmos vídeos. Na ocasião,
disse: "Imagens não falam
por si. Há todo um processo
de investigação". Dias depois, porém, por conta da repercussão do caso e de sua
declaração, elevou um pouco
o tom contra os acusados, assim como ontem.
Na mesma entrevista, Lula
disse que a prisão de Arruda
deve servir de exemplo para
outros políticos do país.
"Espero que o que aconteceu com o Arruda sirva de
exemplo para que não possa
mais se repetir em lugar nenhum", disse o presidente.
"Por isso que eu mandei para
o Congresso Nacional um
projeto de lei, transformando crime de corrupção em
crime hediondo porque nós
precisamos ser mais duros
com a corrupção, com o corrupto e com o corruptor."
Lula enalteceu o fato de a
prisão do governador, anteontem, não ter ocorrido
com pirotecnia, como no início de seu governo, com imagens de suspeitos sendo algemados por policiais. "A Polícia Federal não está mais disposta a fazer pirotecnia com
quem quer que seja. Foi uma
atitude correta dele [Arruda]
ir lá e se apresentar. E tantos
quantos quiserem se apresentar, não precisa surpresa:
vão lá, se apresentam e ficam
presos dentro da PF."
Sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República
pela intervenção da União no
DF, Lula primeiro citou a
possibilidade da permanência do vice, Paulo Octávio
(DEM). "Se não houver nenhuma acusação contra o vice-governador, é de direito
que ele possa assumir o governo e governar. Quando o
Poder Judiciário se manifestar por uma intervenção, aí o
governo federal não terá dúvida de colocar alguém para
governar Brasília."
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