São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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Sem governadora na disputa, Lula cai três pontos, e Serra cresce seis

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a presença de Roseana Sarney (PFL) e Itamar Franco (PMDB) na disputa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cai de 32% para 29%, e José Serra (PSDB) cresce de 16% para 22%, revela a pesquisa Datafolha.
O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), manteria os mesmos 18% do levantamento de fevereiro, estando no limite da margem de erro em relação ao candidato tucano. O ex-ministro pode ter entre 20% e 24% nesse cenário, e Garotinho, entre 16% e 20%. Mas estatisticamente são mínimas as chances de Serra estar em seu ponto mínimo, e Garotinho, em seu máximo.
Assim se pode dizer que Lula está em primeiro, Serra em segundo, e Garotinho, em terceiro. Ciro Gomes (PPS) obtém 12%. Aparece em linha de queda, pois tinha 16% em dezembro, passou para 14% em fevereiro e oscilou negativamente agora dois pontos.
Nesse cenário, Lula destaca-se entre os eleitores homens (34%) e entre os que são do Norte/Centro-Oeste (35%) Serra vai melhor na classe média (obtém 28% na faixa de renda entre R$ 1.801 e R$ 3.600), entre os de nível superior (26%) e o eleitorado do Sul (28%).
Já Garotinho tem boa performance no eleitorado jovem (chega a 24%) e na região Sudeste, onde obtém 23% dos votos.
Nesse cenário, Lula apresenta uma queda de 14 pontos entre os que ganham de R$ 1.801 a R$ 3.600 e cresce 11 pontos entre os de renda maior que R$ 3.600.
Serra cresce 11 pontos no eleitor de renda média, em que Lula despencou, e oscila um ponto entre os de renda alta, em que o petista cresceu. Lula perde nove pontos entre os de nível superior, em que o tucano sobe 12.
Garotinho também sobe dez pontos entre os eleitores de alta renda e ganha cinco pontos entre os de renda média. Obtém ainda seis pontos a mais do que em fevereiro no eleitorado acima de 60 anos e quatro pontos entre os que têm de 35 a 44 anos.

Probabilidade
Hoje o quadro sem Roseana e Itamar apresenta chances reais de ocorrer. As dificuldades políticas de Roseana se manter candidata podem se ampliar.
Por exemplo, a pesquisa, por ter se realizado ontem, não pegou os prováveis efeitos no eleitorado da admissão por Jorge Murad, marido da pefelista, de que o R$ 1,34 milhão encontrado em sua empresa foi recolhido com empresários para a campanha do PFL.
O xadrez eleitoral se complica a partir das opções pefelistas, caso admita Roseana inviável. Apesar de possível, hoje há arestas sérias a serem aparadas para acertar o apoio do partido a José Serra.
O partido pode tentar lançar um nome alternativo, como o do empresário Silvio Santos, que chegou a obter 16% dos votos em simulação do Datafolha em janeiro.
Ou pode tentar forçar o PSDB a lançar mão de um terceiro nome, como o do presidente da Câmara, Aécio Neves. A maioria dos tucanos já considerava essa hipótese pouco provável, mesmo antes das subidas nas pesquisas. Agora será ainda mais difícil de ser levada adiante.


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