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Sem governadora na disputa, Lula cai três pontos, e Serra cresce seis
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a presença de Roseana Sarney (PFL) e Itamar Franco
(PMDB) na disputa presidencial,
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cai
de 32% para 29%, e José Serra
(PSDB) cresce de 16% para 22%,
revela a pesquisa Datafolha.
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PSB), manteria os
mesmos 18% do levantamento de
fevereiro, estando no limite da
margem de erro em relação ao
candidato tucano. O ex-ministro
pode ter entre 20% e 24% nesse
cenário, e Garotinho, entre 16% e
20%. Mas estatisticamente são
mínimas as chances de Serra estar
em seu ponto mínimo, e Garotinho, em seu máximo.
Assim se pode dizer que Lula está em primeiro, Serra em segundo, e Garotinho, em terceiro. Ciro
Gomes (PPS) obtém 12%. Aparece em linha de queda, pois tinha
16% em dezembro, passou para
14% em fevereiro e oscilou negativamente agora dois pontos.
Nesse cenário, Lula destaca-se
entre os eleitores homens (34%) e
entre os que são do Norte/Centro-Oeste (35%) Serra vai melhor na
classe média (obtém 28% na faixa
de renda entre R$ 1.801 e R$
3.600), entre os de nível superior
(26%) e o eleitorado do Sul (28%).
Já Garotinho tem boa performance no eleitorado jovem (chega a 24%) e na região Sudeste, onde obtém 23% dos votos.
Nesse cenário, Lula apresenta
uma queda de 14 pontos entre os
que ganham de R$ 1.801 a R$
3.600 e cresce 11 pontos entre os
de renda maior que R$ 3.600.
Serra cresce 11 pontos no eleitor
de renda média, em que Lula despencou, e oscila um ponto entre
os de renda alta, em que o petista
cresceu. Lula perde nove pontos
entre os de nível superior, em que
o tucano sobe 12.
Garotinho também sobe dez
pontos entre os eleitores de alta
renda e ganha cinco pontos entre
os de renda média. Obtém ainda
seis pontos a mais do que em fevereiro no eleitorado acima de 60
anos e quatro pontos entre os que
têm de 35 a 44 anos.
Probabilidade
Hoje o quadro sem Roseana e
Itamar apresenta chances reais de
ocorrer. As dificuldades políticas
de Roseana se manter candidata
podem se ampliar.
Por exemplo, a pesquisa, por ter
se realizado ontem, não pegou os
prováveis efeitos no eleitorado da
admissão por Jorge Murad, marido da pefelista, de que o R$ 1,34
milhão encontrado em sua empresa foi recolhido com empresários para a campanha do PFL.
O xadrez eleitoral se complica a
partir das opções pefelistas, caso
admita Roseana inviável. Apesar
de possível, hoje há arestas sérias
a serem aparadas para acertar o
apoio do partido a José Serra.
O partido pode tentar lançar um
nome alternativo, como o do empresário Silvio Santos, que chegou
a obter 16% dos votos em simulação do Datafolha em janeiro.
Ou pode tentar forçar o PSDB a
lançar mão de um terceiro nome,
como o do presidente da Câmara,
Aécio Neves. A maioria dos tucanos já considerava essa hipótese
pouco provável, mesmo antes das
subidas nas pesquisas. Agora será
ainda mais difícil de ser levada
adiante.
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