São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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Roseana já havia revelado origem à cúpula do PFL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A governadora e presidenciável pefelista, Roseana Sarney (MA), informou aos principais integrantes da cúpula do PFL a origem do R$ 1,34 milhão encontrado na empresa Lunus após a apreensão, segundo a Folha apurou.
Um dirigente pefelista disse ter conhecimento do fato desde as 10h de sábado, 2 de março, dia seguinte ao da operação de busca e apreensão da Polícia Federal na empresa, de propriedade da governadora e seu marido, Jorge Murad. Como Roseana disse que o dinheiro era para financiar sua pré-campanha, um estudo jurídico foi feito às pressas para averiguar as consequências.
Chegou-se a uma conclusão ruim. Se Roseana admitisse que o dinheiro era para a sua pré-campanha, correria o risco de ser acionada na Justiça. Na pior das hipóteses, seria declarada inelegível para qualquer cargo.
Iniciou-se então uma tentativa de montar uma versão para a origem do R$ 1,34 milhão. Nada ia muito bem, com informações desencontradas sendo divulgadas, até que surgiu a imagem do dinheiro na TV. E depois em toda a mídia impressa.
Na noite do dia 7, o "Jornal Nacional", da TV Globo, mostrou a foto do dinheiro em notas de R$ 50. A imagem apareceu nos jornais do dia seguinte. A veiculação da imagem foi considerada fatal pela cúpula pefelista.
Se a investigação ficasse só em questões abstratas sobre possíveis fraudes envolvendo a extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), havia convicção de que seria possível contornar o escândalo.
Para complicar, foi divulgado que o dinheiro era para campanha. Sem saída, a maioria dos dirigentes pefelistas acreditava ontem de manhã que Roseana deveria desistir da disputa "enquanto sua candidatura não derreta", para usar uma expressão de dentro do partido da governadora.
A imagem usada era a de um jogador de baralho prudente que precisa identificar a maré de azar enquanto ainda tem algumas fichas na mão. Mas ele completa dizendo que essa decisão deve ser exclusivamente da candidata, uma decisão solitária. Por enquanto, a governadora parece ter preferido um caminho diferente, pois seu marido acabou assumindo a total responsabilidade pela caso. (FERNANDO RODRIGUES)


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