São Paulo, sábado, 13 de março de 2004

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PAINEL

Não quer calar 1
No apagar de uma semana de esforço concentrado do Planalto para enquadrar petistas rebeldes, o Movimento PT divulgou ontem manifesto crítico à política econômica. Alinhada ao campo majoritário, a tendência tem em suas fileiras Arlindo Chinaglia, líder da sigla na Câmara.

Não quer calar 2
"Mais do que anunciar "agendas positivas", é preciso resgatar nossos compromissos históricos", diz o texto do Movimento PT, que reivindica aumento da oferta de empregos e da renda.

Rara convergência
O show de quinta-feira na CCJ fez de Aloizio Mercadante uma unanimidade entre os ministros palacianos: todos acham que o senador deve ser retirado da liderança do governo e alojado em qualquer ministério.

Pior a emenda
Só falta convencer Lula a levar Mercadante para a Esplanada. O presidente acredita que, seja qual for a pasta destinada ao senador, ele sairá atirando contra Antonio Palocci ao primeiro pedido negado de verbas.

Reforço defensivo
No "núcleo duro expandido", o nome preferido para a liderança do governo no Senado é o de Tião Viana (PT-AC). Avaliação de um ministro: "Não é craque, mas pelo menos não faz gol contra como o Mercadante".

Sem trauma
A despeito de informações em contrário, Paulo Souto descarta ter trabalhado contra o candidato de ACM na eleição do líder da bancada pefelista na Câmara. O clima entre o governador da Bahia e o senador "continua bom como sempre esteve".

On e off
Dezoito deputados do PFL baiano declararam em nota oficial ter votado em Pauderney Avelino (AM) para líder do partido, contra o conterrâneo José Carlos Aleluia. Nos bastidores, vencedores e vencidos apontam pelo menos três traições.

A casa é sua
Vitorioso, José Carlos Aleluia fez visita diplomática ao gabinete de ACM. "O senhor terá sempre o que quiser da liderança", afagou o líder. "Quero só que você trate bem os meus amigos", respondeu o cacique.

Até segunda ordem
Desandou a prévia do PT em Macapá (AP). Um dos três pré-candidatos entrou na Justiça alegando descumprimento de prazos. Diz que o partido está favorecendo o atual prefeito, João Henrique Pimentel. Após liminar, o PT adiou a escolha, que ocorreria hoje na capital.

Pressão da cúpula
O pré-candidato Sérgio de La-Rocque diz ter sofrido pressão da direção nacional do PT para retirar sua ação judicial, sob ameaça de expulsão do partido. Presidente da sigla, José Genoino nega ingerência na disputa.

Longe de mim
O secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, trocou de lugar com seu adjunto para não sentar-se ao lado de Paulo Maluf na posse da nova diretoria da OAB-SP, na noite de quarta-feira.

Intensivão
Na tentativa de engordar sua magra bancada na Câmara de São Paulo -dois representantes na atual legislatura-, o PSB inicia hoje curso para seus candidatos a vereador. Luiza Erundina dará a aula inaugural.

Visita à Folha
Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ismar Cardona Machado, assessor de Comunicação Social, e de Cecília Fagan, assessora do ministro.

TIROTEIO

Do senador Paulo Paim (PT-RS), sobre emenda proposta pelo tucano Jutahy Jr. para acabar com o instituto da reeleição para a Presidência a partir de 2011:
-É o fim da picada em matéria de contradição política. O PSDB só o faz porque perdeu o poder federal. Esse tipo de incoerência dos homens públicos dilapida o crédito de que ainda desfrutam com a população.

CONTRAPONTO

Numerologia eleitoral

Ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque recebeu um grupo de jornalistas em seu gabinete no Senado para uma entrevista na semana que passou.
Ao final da conversa, uma das repórteres presentes mostrou ao petista três números de celular de seu período no ministério. Perguntou em seguida qual deles continuava em uso.
Cristovam observou a lista com atenção e apontou um dos números, de prefixo 9666.
-Mas eu ligo para esse número e ninguém atende- reclamou a jornalista.
-Ah, é mesmo, eu troquei- recordou-se então o ex-ministro. -666 é o número da Besta. Se eu permanecesse com esse telefone, perderia todos os meus eleitores evangélicos.
Antes de despedir-se da imprensa, Cristovam completou:
-Mas o pior é que eu não consigo decorar o número novo de maneira nenhuma!


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