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Presidente da CNBB volta a cobrar
agilidade e resultados do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Menos de um mês depois de ter
dito que o "jeitinho" brasileiro
contribui para evitar uma explosão social no país, o presidente da
CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil), d. Geraldo Majella Agnelo, voltou ontem a cobrar "ações mais rápidas" do governo e resultados dos projetos.
"Pelo resultado até agora, [o governo] ainda não se distanciou do
outro", disse d. Geraldo, comparando a gestão de Luiz Inácio Lula
da Silva com a do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Já o vice-presidente da entidade, d. Antônio Celso de Queirós,
afirmou estar "preocupado" com
a demora do programa de reforma agrária para sair do papel.
Na reunião do Conselho Permanente da CNBB, que terminou
ontem em Brasília, os bispos ouviram do pesquisador do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) Guilherme Delgado
que as ações de reforma agrária
estão paralisadas por causa da falta de recursos e de mobilização.
"A reforma agrária está no mesmo pé de outras reformas que todos esperamos que algum governo faça. Até hoje nenhum teve coragem de fazer. A gente esperou e
continua esperando que o governo Lula faça", disse d. Antônio.
Desde o ano passado, a CNBB
cobra do governo agilidade no
programa de reforma agrária. A
entidade chegou a divulgar uma
nota, em novembro, para dizer
que, pela gravidade e urgência, a
questão agrária era prioridade.
D. Geraldo também tem criticado o governo pela demora dos
projetos e, em setembro de 2003,
comparou o Brasil a uma panela
de pressão, "prestes a explodir".
Para d. Geraldo, é preciso uma
política mais agressiva do governo. "É o que queremos. Desejamos que o povo, por estar nesse
aperto, tenha ações mais rápidas
para o desemprego, salário justo,
saúde e educação para todos."
Classificou ainda de "inaceitável" o fato de haver pais que dormem na porta de escolas públicas
para conseguir vagas para os filhos. "Estamos numa expectativa
de 14 meses [a duração do governo Lula até agora]. A gente deseja
que os problemas vitais para o povo sejam resolvidos o quanto antes", disse o presidente da CNBB.
Ao falar sobre reforma política,
outro tema discutido na reunião
em Brasília, o secretário-geral da
entidade, d. Odilo Pedro Scherer,
defendeu que seja discutida a possibilidade de financiamento público das campanhas eleitorais.
"Até para evitar todo tipo de
corrupção e a facilidade que prende o eleitor a certos esquemas de
pressão, de compra de votos."
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