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OUTRO LADO
Romero Jucá diz não ser responsável por dívida em Roraima
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Romero Jucá
(PMDB-RR) disse que não tem
nenhuma responsabilidade sobre as dívidas cobradas por diversos órgãos públicos da empresa Frangonorte Indústria e
Comércio, da qual foi proprietário entre 1994 e 1996.
Segundo o senador, a maioria
das dívidas foi contraída por
outros administradores e ele só
entrou no negócio porque
achava que poderia "recuperá-lo" e gerar empregos.
Sobre os R$ 750 mil que recebeu do Basa (Banco da Amazônia) no período em que a empresa foi sua, Jucá disse que o
dinheiro foi todo usado para
pagar dívidas. "Eu não tirei, eu
não coloquei no bolso um tostão da Frangonorte, todo o recurso desse período foi feito
[dirigido] para pagar dívida da
empresa", disse.
Indagado se não achava razoável que fosse cobrado pelo
menos por aquele período, Jucá disse que não. "O que nós fizemos -o Getúlio é que era o
sócio-gerente [Cruz, ex-governador de Roraima], ele que tocava a empresa - foi receber
uma parcela do dinheiro do
Basa [Banco da Amazônia] para pagar dívidas da empresa,
que já estavam contra ele no
mercado. A empresa estava numa situação..., sem pagar funcionários, numa situação de insolvência", alegou o senador.
Jucá apresentou uma certidão negativa de débitos expedida em seu nome pelo site do
Ministério da Fazenda na última sexta-feira e uma certidão
do TCU (Tribunal de Contas da
União) que afirma não haver
contas de Jucá rejeitadas "por
irregularidades na aplicação de
recursos públicos federais".
O documento da Fazenda
não inclui cobranças feitas pela
Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional.
Segundo Jucá, a dívida cobrada pela Procuradoria refere-se
a "multas eleitorais que já foram anistiadas por lei".
Sobre a Frangonorte, ele acusa o Basa de não ter tomado os
cuidados necessários para autorizar o financiamento da empresa, no início do projeto.
"Quando da liberação do empréstimo, em dezembro de
1991, o requerido [Basa] não
realizou estudos de viabilidade
econômica nem se cercou de
garantias reais para sustentar o
empréstimo, sendo que em
1995, viu-se na iminência de
não haver seu crédito", repetiu,
em ação contra o banco, para
declarar nula sua condição de
fiador do empreendimento.
Sobre a investigação da PF
que tramita no Supremo Tribunal Federal, Jucá disse que
nunca teve acesso ao processo,
tornado sigiloso até para ele,
que aparece como réu no sistema de acompanhamento processual. Segundo o senador,
seu nome foi envolvido indevidamente. "[A gravação] não fala em meu nome".
"Podia ser qualquer senador
[citado na gravação], podia
não ser e podia ser desculpa do
próprio prefeito", diz Jucá.
O senador afirmou que procurou o relator do processo, o
ministro Marco Aurélio de Mello, para que suspendesse o sigilo e "desse prazo para que as
coisas ficassem claras". Ele diz
se sentir refém de um processo
que não acaba por declará-lo
logo inocente, e que por isso
pode ser usado por adversários
políticos a qualquer momento.
Jucá disse estar preparando
um projeto de lei que dará prazo determinado para que
"qualquer ente público tenha
esclarecido e julgado o processo, inclusive passando na frente
de outros processos".
(RV e MS)
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