São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 2006

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VOZ DO POVO

Ex-presidente da Câmara é cobrado por causa de denúncias contra ele

João Paulo bate boca com eleitor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP), na fila dos cassáveis no escândalo do "mensalão", bateu boca ontem com um eleitor seu que cobrou explicações sobre as acusações de envolvimento do deputado com o caixa dois do PT.
O advogado Luiz Gustavo Dias abordou João Paulo na sala de embarque do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, momentos antes do embarque do vôo da TAM 3906, às 12h27, de São Paulo para Brasília. Dias queria que João Paulo explicasse se era "verdade" o que a imprensa dizia a seu respeito.
Segundo o advogado, João Paulo confirmou ter feito gastos não declarados à Justiça Eleitoral. Tentou atenuar o fato citando, segundo Dias, que o eleitor "quando vai ao dentista, também não pede nota fiscal".
Os dois voltaram a discutir na fila do embarque -essa parte da discussão foi acompanhada pela Folha. "Eu só queria saber se eram recursos não-contabilizados. Era isso, deputado?", perguntou o advogado, que disse ter votado em João Paulo nas eleições de 2002. "Eu quero explicações. Eu votei no senhor, deputado", repetia o advogado.
João Paulo pediu que Dias lhe desse um endereço de e-mail, para depois enviar as respostas. "Eu explico tudo para você, mas não dá para ser assim, agora, aqui Eu estou te explicando, mas você não quer ouvir."
Dias insistiu, e o deputado acusou o eleitor de estar exagerando. "O senhor quer é fazer um barraco aqui, para a imprensa divulgar."
Duas passageiras se solidarizaram com o advogado. "O senhor fez o que todo mundo devia fazer, mas não tem coragem", disse uma delas.
(RUBENS VALENTE)


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