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Governo Lula turbina programa social em ano eleitoral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Carro-chefe da política social
do governo Lula, o Bolsa Família foi turbinado em pleno ano
eleitoral. Entre os resultados
previstos para 2008 das medidas anunciadas ontem ou programadas para lançamento em
abril, o governo acena empregar pelo menos 100 mil beneficiários do programa em obras
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e garantir
inicialmente o acesso de 350
mil beneficiários a crédito com
juros de 2% ao mês.
Em abril, o governo planeja o
lançamento do programa de
qualificação profissional de beneficiários para obras do PAC.
A meta do Ministério do Trabalho é treinar 200 mil pessoas e
garantir vagas no mercado de
trabalho para metade delas.
Decreto assinado ontem pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva prevê que o eventual aumento de renda das famílias
-por meio de emprego ou atividade informal- não imporá
corte do benefício até 2010.
O decreto determinou um
prazo mínimo de permanência
de dois anos no programa. A
primeira revisão da renda está
prevista para 2010, informou a
secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Arlete Sampaio.
Atualmente, famílias que excedem o limite de R$ 120 de
renda por pessoa podem ser excluídas do Bolsa Família. O decreto mantém a possibilidade
de exclusão em caso de omissão
da renda nas informações ou
em caso de eleição do beneficiário para cargo público.
"Estamos garantindo uma
estabilidade por dois anos no
programa, com possibilidade
de flutuação de renda", disse
Rosani Cunha, secretária responsável pelo Bolsa Família. Só
em 2007, 1,4 milhão de famílias
deixou o programa porque
apresentou renda per capita
acima de R$ 120. "Há pessoas
que saem do programa sem sair
da situação de pobreza."
O ministro Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social) avalia que a medida dará mais segurança aos beneficiários -11
milhões de famílias. Ananias
alegou que o acompanhamento
da variação de renda ocorrerá a
partir de 2010 apenas a cada
dois anos porque o trabalho de
checagem é "muito oneroso".
O Bolsa Família paga entre
R$ 18 e R$ 112 mensais, de acordo com a renda e o número de
filhos da família. Na próxima
segunda-feira, começa o pagamento de parcela extra mensal
de R$ 30 para cerca de 1,2 milhão de jovens de 16 e 17 anos
das famílias beneficiárias e que
estejam matriculados na escola. Cada família poderá acumular até duas dessas parcelas de
R$ 30, o que elevará o valor máximo do benefício para R$ 172
mensais a partir deste mês.
Atos de cooperação assinados ontem com bancos oficiais
prevêem a abertura de contas
sem tarifas nem comprovação
de renda para os beneficiários
do Bolsa Família. A idéia é seguir o modelo das contas da
Caixa Econômica Federal que
movimentam até R$ 1.000 por
mês. Os titulares têm acesso a
crédito de até R$ 600. A Caixa e
o Banco Popular não informaram o volume de crédito que
pode ser concedido.
(MS E ES)
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