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Eleito no Supremo, Mendes quer CNJ seletivo
Para ministro Gilmar Mendes, que substituirá Ellen Gracie na presidência do STF, investigar corrupção de juízes não é prioridade
Indicado para o tribunal em 2002 sob a gestão de FHC, ministro também afirma ser natural o Congresso reclamar de decisões do Supremo
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Gilmar Mendes
assumirá a presidência do STF
(Supremo Tribunal Federal) no
dia 23 de abril, em substituição
a Ellen Gracie, e permanecerá
dois anos no cargo. O vice será
Cezar Peluso. Eles foram eleitos ontem pelos colegas em um
procedimento meramente formal, pois a escolha obedece ao
critério de antigüidade.
Após a eleição, Mendes afirmou que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o órgão de
controle externo do Judiciário,
não deve ser "muro de lamentações" para reclamações diversas. O conselho também será presidido por Mendes, que
precisará ter o seu nome aprovado pelo plenário do Senado,
após sabatina na Comissão de
Constituição e Justiça.
O ministro disse ainda que "é
natural" que o Congresso se rebele contra decisões do STF.
Mendes chegou ao tribunal
em 2002, nomeado pelo então
presidente Fernando Henrique
Cardoso. Já Peluso ingressou
em 2003 e é o primeiro dos sete
ministros indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Indagado se o STF vem interferindo excessivamente na vida
parlamentar, Mendes minimizou a queixa recorrente no
meio político depois de decisões do tribunal sobre a cláusula de barreira, a fidelidade partidária e a aplicação da lei de
greve ao serviço público.
"Se uma lei é submetida ao
controle do STF, ela será confirmada como constitucional
ou será declarada inconstitucional. Quando o tribunal declara inconstitucional uma lei
que é obra do Congresso, claro
que provoca alguma tensão. É
natural que haja reclamações."
Mendes afirmou que o CNJ
não deve priorizar as investigações contra juízes acusados de
corrupção ou negligência e só
deve agir quando as corregedorias dos tribunais forem omissas. Disse que o órgão deve ser
mais seletivo. "Não imagino
que tenhamos um muro de lamentações apto a responder a
todas as demandas. Se o órgão
se embrenha por esse caminho,
corre o risco de não dar respostas satisfatórias."
Ellen Gracie poderá se aposentar do tribunal. Uma das
suspeitas dos ministros é que
poderia assumir uma vaga na
Corte de Haia, o que ela nega.
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