São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Imprimir dinheiro"

Em reunião anteontem na Fiesp sob o impacto do anúncio da retração recorde na indústria, Delfim Netto culpou o Banco Central por não ter protegido as exportações com o dinheiro recebido dos EUA no swap de setembro (US$ 30 bilhões). O BC, criticou o conselheiro de Lula, preferiu deixar os recursos em caixa.
O clima da reunião, da qual participaram pesos-pesados como Roger Agnelli (Vale), Benjamin Steinbruch (CSN) e Frederico Curado (Embraer), foi sorumbático. Lawrence Pih (Moinho Pacífico) observou que o desespero no mundo é de tal grandeza que só resta "imprimir dinheiro". Delfim afirmou que o Brasil deveria fazer isso mesmo.




Só milagre. Presente à reunião, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, disse que, para fechar 2009 com resultado positivo, a indústria precisaria crescer 35% até dezembro.

Apetite. Enquanto devorava quatro potes de salada de frutas em café da manhã com senadores, o presidente do BC, Henrique Meirelles, exibiu gráficos sobre consumo de energia e produção de automóveis para defender a tese de que o Brasil emergirá da crise antes de outros países. Atribuiu o "Pibinho" à decisão da indústria de queimar estoques no final de 2008.

Remédio. O presidente do BC voltou defender o projeto, parado na Câmara, que cria o cadastro positivo de consumidores. Acha que sua aprovação aumentaria a oferta de crédito e a concorrência bancária, reduzindo o "spread".

Vodu. Diante de observação dos senadores sobre o descontentamento dos empresários com o corte de apenas 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, Meirelles replicou: "Principalmente aqueles que querem ser candidatos a governador". Como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Bonde. Além de costurar o apoio de partidos médios à sua possível candidatura, Skaf tem na praça um representante, Marcílio Duarte, sondando o interesse de siglas nanicas. Ex-presidente do PST, ele hoje orbita entre PR e PP.

Contramão. Engenheiros do ITA produziram manifesto pró-Embraer, que demitiu 4.200: "Pronunciamentos inflamados de sindicatos e membros da Justiça revelam viés estatizante. Apoiamos a direção por pensar na sobrevivência da empresa".

Queimou. A descoberta de que o diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, ocupa irregularmente um apartamento funcional praticamente enterrou o plano do PMDB de colocá-lo na diretoria-geral da Casa, antes ocupada por Agaciel Maia.

I'll be back. Na iminência de perder o cargo para Roseana Sarney (PMDB), Jackson Lago (PDT) intensificou as inaugurações no Maranhão. Anteontem, ao entregar casas populares, falou: "Continuaremos lutando para evitar que o grupo político que empobreceu o nosso Estado volte, humilhe nossa gente e continue cada vez mais milionário com rádios, TVs e jornais".

Sem-plenário. Dez deputados estaduais de Alagoas reivindicam na Justiça a volta dos trabalhos na Assembleia. As sessões foram suspensas na terça, depois que dois deputados afastados apareceram na Casa. O presidente, Fernando Toledo (PSDB), pode ser preso se permitir que eles retomem seus cargos.

Castigo. Walter Pinheiro (PT-BA) perdeu a corrida para Geraldo Magela (PT-DF) pela relatoria do Orçamento. Pesou contra o baiano, que será secretário estadual, o fato de não ter votado no líder Candido Vaccarezza (SP).

Visita à Folha. Sandro Mabel (PR-GO), deputado federal, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Garigham Amarante, chefe-de-gabinete, e de Lu Caldas, assessora de imprensa. Hans-Peter Glanzer, embaixador da Áustria no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com Ingomar Lochschmidt, cônsul comercial.

Tiroteio

"Será que o método mais justo para escolher o candidato é a vontade de alguns cardeais? Não entendo qual é o medo de realizar prévias."

Do deputado NÁRCIO RODRIGUES (PSDB-MG), em resposta ao presidente do PSDB paulistano, José Henrique Reis Lobo, segundo quem não há como mobilizar uma quantidade adequada de filiados para realizar prévias entre José Serra e Aécio Neves.

Contraponto

Esplanada Fashion Week

Em recente encontro com Carlos Minc, o ministro da Justiça, Tarso Genro, cobrou presente que lhe foi prometido há tempos: um colete do tipo que o colega do Meio Ambiente celebrizou na Esplanada. Minc respondeu que providenciaria, sem dúvida, e passou então a investigar as preferências de Tarso.
-O que você acha deste?-, perguntou a propósito da peça que estava usando. Era um modelo cáqui na frente e de um vistoso xadrez nas costas.
Tarso sorriu amarelo:
-Não teria uma opção mais discreta?

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO


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