São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Príncipe Charles rememora tentativa de samba com passista no Rio há 31 anos

DA SUCURSAL DO RIO

Um príncipe, uma sambista, 31 anos depois. O que mais marcou a primeira visita ao Brasil do príncipe Charles foi uma mulher seminua sambando. O nobre britânico provocou gargalhadas em empresários ontem, ao lembrar a cena que protagonizou em 1978, quando tentou sambar com a passista Pinah, da Beija-Flor. Com um meio sorriso no rosto, Charles, 60, rememorou o episódio em discurso sobre o ambiente, no Palácio Itamaraty, no centro do Rio. "Eu me lembro de ter dançado uma versão algo rudimentar de samba com uma moça seminua no Rio. Trinta anos depois e antes desta visita, a moça em questão fez contato para propor uma reedição ligeiramente mais comportada do samba. Devo aceitar o desafio?" Além dos risos, ouviu "yes" de muitos. A mulher de Charles, Camilla Bowles, 61, duquesa da Cornuália, riu também. Não se tratou de improviso do príncipe. O discurso foi lido, e a imprensa já o tinha recebido antes. Pinah Ayoub -a "Cinderela Negra, que ao príncipe encantou", como cantou a Beija-Flor em 1983- é empresária e dançarina e mora em São Paulo. Recusando-se a revelar a idade, ela disse que aceitaria nova dança com o príncipe de Gales, mas jura que não propôs o reencontro. "Eu gostaria [de sambar de novo], mas o convite tem de partir do cerimonial dele. Não posso chegar e dizer "cheguei porque dancei com o príncipe há 31 anos". A gente precisa ter senso do ridículo", disse ela, que também já dançou com o rei de Marrocos e o príncipe Hassan Hussein, da Jordânia. Depois da reunião no Itamaraty, Charles visitou o projeto Pela Paz, fundado pelo britânico Luke Dowdney, que oferece aulas de boxe a 850 jovens na favela Nova Holanda, no complexo da Maré. No local, em seu "reencontro com o samba", Charles tocou chocalho e lançou um beijo a uma das passistas da escola de samba Gatos de Bonsucesso. No discurso no Itamaraty, ele elogiou os esforços brasileiros na preservação da Amazônia e disse que "as melhores previsões dizem que temos menos de cem meses para mudar nosso comportamento ante o risco de uma mudança climática catastrófica". Segundo ele, esse é "um momento de definição na história mundial" e a recessão econômica é muito pior que qualquer outra. À tarde, depois da favela, o príncipe visitou o Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico, onde plantou um ipê amarelo.
(RAPHAEL GOMIDE E ANDRÉ ZAHAR)


Colaborou ITALO NOGUEIRA, da Sucursal do Rio


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