São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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PAINEL

Fugindo de encrenca

O PFL abandonou o governo Pitta. O secretário de Planejamento, Alfredo Cutait, pediu demissão ontem ao prefeito. O pefelê só sai de governo quando acha o naufrágio inevitável.

Bênção dos caciques

A Secretaria de Planejamento de Pitta era a única que restava ao PFL. Segundo um dirigente, a decisão da seção paulista foi articulada com a cúpula nacional.

Pela bola sete

Por pressão de Maluf, a Executiva do PPB paulista foi convocada ontem às pressas para reunião na segunda às 9h30. Objetivo: suspender ou expulsar o vereador Vicente Viscome, que teve a prisão temporária decretada na última terça e está foragido.

Investigação a jato

A suspensão de Viscome já havia sido rejeitada na segunda passada pelo PPB, que preferiu apenas levar o assunto à comissão de ética. A sigla, porém, foi atropelada pelos fatos da semana. Oficialmente, dirá que a comissão já tem dados para punir.

Pau que nasce torto

O PTB elege nova direção amanhã. O partido, que fez 31 deputados federais e perdeu 8, tinha 2 ministros e agora só tem 1 que não considera exatamente seu (Paulo Paiva, do Orçamento e Gestão), vai engrossar o discurso. Mas somente até conseguir algumas benesses de FHC.

Briga de ocasião

O PPB tem falado em devolver o Ministério da Agricultura a FHC. Francisco Turra entrou no governo na cota do partido, mas só agora alguns pepebistas se deram conta de que o ministro nada teria em comum com eles.

Guerra jurídica

Ministro da Justiça de Sarney, Saulo Ramos entrou em campo contra a eleição direta da Mesa do Tribunal de Justiça de SP pelos juízes de primeiro grau. Tem dito que os dirigentes do tribunal devem ser escolhidos ""por seus pares e não pelos ímpares".

Juntando forças

ACM entrou em território inimigo: em entrevista quarta à TV Senado, o juiz trabalhista e professor de direito Antônio Álvares da Silva defendeu a criação de juizados especiais de causas trabalhistas, o que permitiria a extinção dos tribunais regionais e até mesmo do TST.

Ato paulistano

Entidades empresariais fazem ato na Assembléia na segunda, às 20h, para apoiar a investigação da CPI sobre a máfia dos fiscais.

Berço esplêndido

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pode ainda estar se estruturando para melhor fiscalizar o setor, mas está confortavelmente instalada: só na compra de móveis, já torrou R$ 769 mil. Somente os sofás ficaram na faixa de R$ 4 mil cada.

Temor de sabotagem

De José Maria Abdo, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), sobre o blecaute de anteontem: ""Se não era hora de pico, nem houve sobrecarga, isso deixa uma preocupação no ar, deixa uma interrogação".

Agenda aliada

Os presidentes do PSDB, do PMDB e do PFL se reúnem na terça em Brasília. Teo Vilela, Jader Barbalho e Jorge Bornhausen tentarão se entender sobre a pauta do governo no Congresso. Há divergência sobre priorizar a reforma política ou a tributária.

FHC recua, mas...

Interpelado por Collor, FHC disse que não se referiu a ""pessoa determinada ou determinável" quando declarou, em 98, que ""pessoas que o Brasil custou a expulsar da vida pública voltaram às páginas de jornais".


...Collor quer holofote

FHC estava contrariado com o dossiê Caribe (suposta conta secreta da cúpula tucana num paraíso fiscal) e achava que Collor estava por trás dele. Mesmo sem a confirmação do presidente, Collor diz que vai processá-lo.

Parque dos dinossauros

Brizola e Arraes conversam hoje em Brasília. O pedetista vai tentar atrair o pessebista para a tese da renúncia de FHC, que não entusiasma Arraes. Para Brizola, renúncia não é golpe. "Golpe é o parlamentarismo, que já foi rejeitado duas vezes", diz.

TIROTEIO

De Frei Betto, frade dominicano e escritor, ironizando a suposta onda de se atribuir a Itamar Franco, governador mineiro (PMDB), a responsabilidade pelas desgraças do país.
- A culpa do blecaute é do Itamar.

CONTRAPONTO

Receita tucana
A bancada de deputados nordestinos teve uma reunião anteontem com FHC para conversar sobre a privatização da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco).
O encontro reuniu parlamentares da base governista, como o líder pefelista Inocêncio Oliveira (PE), e da oposição, como o ex-líder do PT Marcelo Déda (SE).
No meio da conversa, o presidente se deu conta de que entre os presentes havia um deputado novato, que ainda não conhecia: Clementino Coelho (PSB-PE), sobrinho do deputado Osvaldo Coelho (PFL-PE), este sim bastante conhecido em Brasília.
Inocêncio tratou de fazer as apresentações. Depois, comentou, em tom de brincadeira:
- Veja só a minha situação, presidente. Eu vivo entre a direita do Osvaldo e a esquerda do Clementino!
Fernando Henrique riu, divertido, mas arrematou em seguida:
- Inocêncio, para mim, o coelho bom é o coelho refogado!


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