São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Populismo, o retorno

Depois de vários textos sobre o assunto no "Financial Times", a nova edição da "Economist" comprou a tese ontem, na longa análise "O retorno do populismo".
A idéia, no subtítulo, é que "o tão falado movimento para a esquerda mascara algo mais complexo: o renascimento de uma influente tradição política da América Latina".
Para a revista, a visão corrente erra ao misturar os "moderados Lula, Michelle Bachelet, Óscar Arias e Tabaré Vázquez" com uma "segunda categoria".
Hugo Chávez, Néstor Kirchner, Evo Morales, Andrés Manuel López Obrador e os peruanos Ollanta Humala e Alan García "todos correspondem à tradição do populismo".
Após fazer longa genealogia do fenômeno, de Rússia e EUA no século 19 a Getúlio Vargas e Juan Perón, a "Economist" fez o perfil de um populista.
Ele tem carisma, usa mídia de massa, busca relação direta com as massas, apela à religião, é nacionalista, estimula papel maior para o Estado, faz cruzadas anticorrupção, mas engendra mais corrupção. Para fechar, "não há nada inerentemente de esquerda no populismo".
Para quem anda temeroso de tal cenário no país, sobretudo no segundo turno, como no Peru, é um texto revelador.
 
Não guarda relação direta, mas o "Guardian" deu que o britânico Tony Blair vem tendo "conversas intensas" com o americano George W. Bush e a alemã Angela Merkel, buscando "preparar" o terreno ao colapso da liberalização global.
Blair acredita, diz o jornal, que "as negociações não vão cumprir as promessas feitas aos países em desenvolvimento quando a rodada Doha foi lançada em 2001".
O Brasil de Lula é protagonista nas negociações.

O SENADOR

Maringoni - cartamaior.uol.com.br
José Del Roio, de Bragança Paulista

O site Carta Maior entrevistou ontem o recém-eleito senador italiano pela Lombardia, ou ainda, por Bragança Paulista (SP), sua cidade natal, José Luís Del Roio. Com biografia que "daria um rocambolesco roteiro de cinema", no dizer de Gilberto Maringoni, que o entrevistou, Roio foi um dos fundadores da ALN, com Carlos Marighela, casou-se depois com uma professora milanesa e é um dos organizadores do Fórum Social Mundial.
Ele afirma que "é preciso ficar claro que só houve a possibilidade de derrotar Silvio Berlusconi por existirem os fóruns sociais e os gigantescos protestos contra a globalização neoliberal".

O ARQUITETO

Ana Ottoni - wp.com/Reprodução
Mendes da Rocha, pelo mundo todo

Desde a segunda, hora após hora, estão sendo postados pelo mundo textos em louvor ao arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que venceu o prêmio Pritzker, "o mais prestigioso e bem pago no mundo".
Ele era descrito ontem como "mestre brasileiro do concreto e do aço", no título do francês "Le Monde", e "humanizador da moderna megalópole", no britânico "Financial Times". No francês "Le Figaro", "um modernista coroado". No espanhol "El País", o arquiteto das "formas horizontais e compactas". E por aí vai, do americano "Christian Science Monitor" ao mexicano "La Crónica de Hoy". O "New York Times", em longa reportagem, ouviu Mendes da Rocha, que se declarou "surpreso" e "honrado".

Dedo
O blogueiro e diretor teatral Gerald Thomas foi destaque na home page do iG e de outros, mostrando o dedo médio para as câmeras, supostamente para Lula, em ato de artistas em favor da Varig.
Minutos depois e Fátima Bernardes surgia na Globo para noticiar o arresto dos bens da empresa e a intervenção no fundo de pensão Aerus.

Feijão
A mesma Fátima Bernardes relatou, em seguida, como "as sementes de feijão que o astronauta brasileiro levou ao espaço foram entregues aos estudantes de São José dos Campos" e "plantadas".
Do blog Aboboral, de Carlos Castelo Branco:
- A pergunta de US$ 10 mi: Por que não usaram a verba do astronauta na Varig?


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