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ELEIÇÕES 2006/ PRESIDÊNCIA
Nova versão diverge da apresentada no dia 30 de março; estilista Rogério Figueiredo sustenta que fez 400 peças para ex-primeira-dama
Assessor de Alckmin diz que Lu doou 49 peças
DA REPORTAGEM LOCAL
A assessoria do ex-governador
Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, afirmou ontem que a ex-primeira-dama Maria Lúcia Alckmin recebeu e doou, a partir de
2004 e de forma anônima, 49 -e
não 400- peças de roupas confeccionadas pelo estilista Rogério
Figueiredo. As doações foram para favelas de São Paulo, para dois
bazares beneficentes e para a entidade Fraternidade Irmã Clara.
A lista dos beneficiados com as
roupas foi enviada ontem pela assessoria. São eles: no início de
2004, a favela da Barragem (seis
roupas) e a favela do Bororé (cinco); a Fraternidade Irmã Clara (35
roupas, em três lotes diferentes,
setembro de 2004, abril de 2005 e
23 de março de 2006), além de bazares beneficentes nas cidades de
Santa Fé do Sul e Conchal (três
roupas em maio de 2005).
A assessoria do ex-governador
afirmou ainda que Lu Alckmin
fez uma doação à Favela Ayrton
Senna, no Jardim Ângela, também no início de 2004, na qual foram incluídas roupas de sua filha
Sophia, mas que não sabe dizer
quantas peças foram destinadas à
comunidade local naquela data.
"Na maior parte das vezes, essas
roupas eram entregues sem alarde ou publicidade e sem a preocupação de fazer registros, uma vez
que se tratava de gesto pessoal de
solidariedade", disse à Folha o assessor Luiz Salgado Ribeiro.
A nova versão diverge daquela
que havia sido encaminhada à Folha pela assessora de Lu Alckmin,
Cristina Macedo, no último dia
30. Segundo ela havia dito, a ex-primeira-dama ganhou 40 roupas
do estilista e doou quase tudo,
com exceção de uma peça, para a
Fraternidade Irmã Clara.
Rogério Figueiredo, por sua vez,
afirma que não foram 40 nem 50
peças confeccionadas para a ex-primeira-dama, mas em torno de
400, entre camisas, vestidos e tailleurs. A Fraternidade Irmã Clara
reafirmou ontem à reportagem
não ter registro de doações realizadas por Lu Alckmin em 2004 ou
em 2005. A entidade tem ciência
de uma única doação, feita no dia
23 de março, dois dias após a Folha publicar reportagem sobre os
presentes do estilista.
Luiz Salgado atribuiu a diferença no número de peças (de 40 para 50) e na relação dos beneficiados a um equívoco da ex-primeira-dama quando rememorou as
doações que fez. "Dona Lu sempre doou suas roupas de forma
espontânea, anônima, sem guardar recibos. Os cálculos agora são
feitos a partir da lembrança dela.
Por isso ela tinha falado 40, era
uma estimativa", afirmou.
A resposta por escrito que Cristina encaminhou à Folha no dia
30 dizia o seguinte: "Ela [Lu] reafirma que foram 40 peças e todas
foram doadas. A quase totalidade
para a mesma entidade [Fraternidade Irmã Clara], em três lotes.
Com exceção de uma peça, doada, em 2005, para a primeira-dama e presidente do Fundo Social
de Santa Fé do Sul, que, por sua
vez, a destinou à Comissão de Leilões da Santa Casa de Misericórdia da cidade."
No dia 18, Figueiredo deve depor na Promotoria da Cidadania
de São Paulo, que investiga se Lu
cometeu ato de improbidade.
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