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PUBLICIDADE SUSPEITA
Ex-gerente de
estatal reafirma
irregularidades
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-gerente de marketing da
Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior reafirmou em depoimento
ao Ministério Público paulista a
existência de irregularidade em
contratos de publicidade da estatal e a suposta destinação de verbas a deputados estaduais, conforme revelou a Folha em março.
Segundo o relato do promotor
Sérgio Turra Sobrane e do deputado Romeu Tuma Júnior
(PMDB), o ex-gerente, aparentemente mudando sua versão, disse
que tanto o ex-presidente do banco Valdery Frota de Albuquerque
quanto o atual, Carlos Eduardo
Monteiro, sabiam das irregularidades. Em depoimento à sindicância feita pela estatal, Castro Júnior havia inocentado Monteiro,
dizendo que ele não soube das
fraudes até 27 de junho de 2005.
O promotor disse não saber explicar por que o ex-gerente teria
mudado sua versão. O deputado,
contudo, afirmou que não há divergência entre os depoimentos e
disse que Castro Júnior explicou
as razões do aparente conflito,
que, ainda segundo Tuma Júnior,
não poderiam ser divulgadas para
não atrapalhar as investigações.
Sobrane disse ainda que a promotoria soube das irregularidades por uma denúncia anônima e
não pela própria estatal, contrariando a versão do banco.
Segundo o promotor, o ex-gerente sustentou que recebia indicação do ex-assessor de comunicação do Estado Roger Ferreira
sobre quais empresas deveriam
ser patrocinadas pela estatal. Ainda segundo Sobreane, Castro Júnior não mencionou nenhum deputado nominalmente, mas disse
que tinha conhecimento que as
empresas beneficiadas eram ligadas a deputados estaduais.
Conforme a Folha revelou, as
empresas supostamente beneficiadas são ligadas aos deputados
Wagner Salustiano (PSDB), Geraldo "Bispo Gê" Tenuta (PTB),
Jazadji, Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB).
Ferrarini, Salustiano e Jazadji
enviaram documentos à promotoria confirmando o recebimento
de recursos da estatal. Os dois primeiros negam ter vendido apoio
em troca disso. Jazadji, em entrevista anterior, disse ter sido procurado por Alckmin para que parasse de criticar o governo.
O ex-gerente ainda foi ouvido
pela corregedoria da Assembléia
Legislativa, mas, o depoimento foi
interrompido porque Castro Júnior teria passado mal.
Outro lado
Por e-mail, Roger Ferreira respondeu as acusações de Castro
Júnior dizendo que "como empresa cotada na Bolsa de Valores,
a Nossa Caixa não tem nenhuma
subordinação formal ou informal, no que se refere à comunicação, a nenhuma instância ou pessoa exterior à empresa".
Em nota, a Nossa Caixa afirma
que o atual presidente, Carlos
Eduardo Monteiro, soube da inexistência de contrato com a Full
Jazz e a Colucci apenas em 27 de
junho de 2005 e, "de imediato, determinou abertura de sindicância,
que levou à demissão por justa
causa de Jaime de Castro Júnior".
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