São Paulo, sexta-feira, 13 de abril de 2007

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Para evitar desgaste, Lula sugere salário de R$ 11 mil

Mesa da Câmara vai rever proposta de reajuste maior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou ontem a favor de o Congresso reajustar o seu salário e dos demais ministros do governo federal com base somente nas perdas recentes com a inflação.
Na prática, Lula quer evitar um provável desgaste político com a equiparação dos salários do primeiro escalão do Executivo com os salários dos parlamentares. Levando-se em conta apenas a inflação, o salário do petista saltaria dos atuais R$ 8.885,48 para R$ 11.240,13.
Informado do posicionamento de Lula, o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que poderá modificar a proposta em avaliação hoje na Casa.
Anteontem, a Mesa da Câmara dos Deputados ratificou a decisão de aumentar em 26,5% os salários de deputados e senadores e equipará-los com o do presidente da República.
Ontem, diante da sinalização de que Lula poderia vetar essa eventual equiparação salarial (que elevaria seu salário em 83%, passando a R$ 16.250), Chinaglia afirmou que o índice defendido pelo Planalto irá prevalecer. "Evidentemente, o índice que o presidente anunciou será aplicado", disse.
O índice de reajuste em discussão no Congresso (26,5%) e que tem a simpatia de Lula representa a inflação (IPCA) acumulada entre fevereiro de 2003, data do último reajuste, e fevereiro passado. O salário dos congressistas subiria de R$ 12.847 para R$ 16.250.
Mesmo com a posição de Lula contrária à equiparação, Chinaglia afirmou que a avaliação feita na Casa era de que seria "razoável" o presidente, seu vice e os 35 ministros de Estado receberem a mesma remuneração de deputados e senadores.
Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, Lula "considera que o caminho mais correto é o da reposição salarial". "Não se trata de prioridade do presidente Lula e não é um assunto importante na pauta do governo", completou.
O eventual aumento do salário do presidente, independente do valor, causaria um efeito cascata no Executivo. Ao mesmo tempo, o vice-presidente e os ministros também receberiam aumento. Hoje, o salário deles é de R$ 8.362,80.
Haveria ainda a necessidade de reajuste aos cerca de 20 mil ocupantes de cargos comissionados, cujos vencimentos hoje variam de R$ 1.232 a R$ 7.595.
Em diferentes discursos, Lula tem se queixado dos salários dos ministros, que seriam baixos se comparados com os da iniciativa privada. (EDUARDO SCOLESE E LETÍCIA SANDER)

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