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OPERAÇÃO PASÁRGADA
TRF acata recurso de preso e solta 52 detidos, sendo 17 prefeitos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília,
revogou anteontem a prisão
de 52 pessoas detidas na
Operação Pasárgada, da PF,
que desmantelou suposto esquema de fraudes do Fundo
de Participação dos Municípios. O desvio de verbas é estimado em R$ 200 milhões e
envolveria 17 prefeitos de
Minas Gerais e da Bahia.
A corte especial julgou um
recurso de um juiz federal de
Belo Horizonte preso e decidiu que o corregedor-geral
da Justiça Federal que decretou as prisões, Jirair Megueriam, não tinha essa competência -sua atuação é
"meramente administrativa", segundo o TRF-1.
Com isso, todos os suspeitos detidos foram liberados.
O corregedor continuará
atuando na investigação,
mas o tribunal pediu que o
inquérito fosse repassado a
um juiz da corte, o desembargador Hilton Queiroz.
O processo corre sob sigilo
de Justiça, mas as prisões e
os mandados de busca e
apreensão da última quinta
revelaram a identidade de alguns acusados. Entre os prefeitos detidos, estão Carlos
Alberto Bejani (PTB), de
Juiz de Fora, e Demetrius
Pereira (PSC), de Divinópolis, ambas em Minas Gerais.
Além de 17 prefeitos, foram
detidos quatro procuradores
municipais, nove advogados,
um gerente da Caixa Econômica Federal, quatro servidores do Judiciário e o juiz
federal de Belo Horizonte.
No total, houve apreensão
de R$ 1,3 milhão, US$ 20 mil,
38 veículos e dois aviões,
além do seqüestro de "vários
imóveis". Segundo a PF, o esquema buscava desviar parte
dos 6% do valor mensal repassado pelo governo federal
ao fundo dos municípios que
deveriam ficar retidos para
pagamento ao INSS.
Contatadas por lobistas, as
prefeituras contratavam sem
licitação um escritório de advocacia, que entrava com
mandado de segurança na
Justiça alegando que o INSS
estava retendo valores superiores aos 6% -o que não era
verdade. O suposto valor excedente era liberado.
Segundo a PF, o dinheiro
era usado para pagar os envolvidos no esquema. No caso do juiz, segundo a PF, havia venda de sentenças e suspeita de distribuição irregular de processos. Ele recebia
"em dinheiro vivo mesmo, isso está comprovado", disse o
delegado Mário Alexandre
Aguiar, à frente da operação.
Segundo notícias divulgadas na imprensa, foram presos também prefeitos de PT,
DEM, PSC, PSDB e PT do B.
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