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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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PT X PT

Senadora afirma que decisão da Executiva é "abominável" e faz alusão indireta a Mercadante, que criticou equipe econômica

Partido agiu de forma "seletiva", diz Helena

DA REPORTAGEM LOCAL

A senadora Heloísa Helena (AL) classificou ontem como "abominável" a decisão do PT de abrir um processo na Comissão de Ética contra ela e os deputados federais João Batista Oliveira de Araújo (PA), o Babá, e Luciana Genro (RS). Para a senadora, a maioria dos 21 integrantes da Executiva Nacional do PT agiu de forma "seletiva".
"Eles precisam responder por que outras personalidades do PT também não foram criticadas. O comportamento é abominável justamente por ser seletivo", disse Helena, ao deixar a sede do Diretório Nacional do partido, em São Paulo, com olhos marejados.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, já entrou em conflito com a equipe econômica, principalmente com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), por criticar a falta de intervenção do governo na queda do dólar.
Ele estava ontem na reunião da Executiva e foi a favor da abertura do processo contra Helena.
(JULIA DUAILIBI E PLÍNIO FRAGA)
 

Folha - Como a sra. analisa a decisão da Executiva?
Heloísa Helena -
Fico constrangida com a instalação de um processo na Comissão de Ética. Infelizmente a decisão rasga o estatuto do partido e quebra a tradição do PT. Eles passaram a caracterizar como "delito" emitir opinião. E delito entre aspas, porque não tem de ser chamado disso.

Folha - A sra. acha que as ações que cometeu nas últimas semanas não sustentam a abertura de processo na comissão de ética?
Helena -
Os atos cometidos não dão base para expulsão. O que eu quero fazer é um debate político em torno das reformas. Um debate com a seriedade que ele merece.

Folha - O partido quer usar os radicais como exemplo?
Helena -
Eles precisam responder por que outras personalidades do PT também não foram criticadas. O comportamento é abominável por ser seletivo.

Folha - Por que seletivo?
Helena -
Tem de perguntar isso para eles. Não queria uma disputa com o [José" Genoino. Ele me disse que isso não era fácil para ele. Acredito. Mas ele tem de entender que também não é fácil para mim abrir mão de tudo que já defendi.


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