DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), rebateu ontem as declarações do ministro da Casa Civil, José Dirceu, de que os aumentos de impostos e contribuições aprovados durante o governo Lula fazem parte de uma política de justiça tributária. Ele acusou o governo de ser perdulário.
Bornhausen divulgou nota à imprensa na qual diz que "o ministro deixou de dizer que os conglomerados financeiros não contestaram o aumento [da Cofins] porque vão repassá-lo para os tomadores de dinheiro, com o que subirão ainda mais os juros e as taxas bancárias", o que acabará prejudicando o setor produtivo.
O pefelista declarou que "difícil também é convencer os médicos, dentistas, arquitetos, advogados e outros profissionais liberais que suas prestadoras de serviços serão tributadas em mais 167% da CSLL, em nome de uma fajuta justificativa de justiça tributária".
Segundo Bornhausen, seu partido vai combater a aprovação da "nova alíquota de 35% para o Imposto de Renda". De acordo com o senador pefelista, "um governo que criou ministérios e secretarias para acomodar candidatos derrotados, não tem autoridade para impor aumentos de impostos e de contribuições".
Bornhausen conclui sua nota afirmando que "está na hora de apontar o dedo para o verdadeiro perdulário, que é o governo, e deixar o setor produtivo trabalhar sem novos ônus". Só assim, ressalta, "haverá possibilidade de crescimento e de geração de empregos".
As declarações de Dirceu foram feitas ontem em Goiânia, durante encontro com os governadores do Centro-Oeste. O aumento dos impostos estava previsto na Medida Provisória 107, aprovada na Câmara dos Deputados, na última terça-feira. A MP ainda tem que ser aprovada no Senado Federal.


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