|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amorim ouve críticas no Senado, mas apóia cancelamento do visto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo diante de uma saraivada de críticas de congressistas da
própria base aliada, o chanceler
Celso Amorim defendeu ontem a
decisão do governo de suspender
o visto temporário do correspondente do "New York Times".
"Uma coisa é liberdade total de
crítica, como há. Outra coisa é
ofender a honra nacional na pessoa do chefe de Estado, com uma
matéria totalmente inventada e
caluniosa. A pessoa não preenche
as condições de continuar exercendo sua função de correspondente", disse o ministro, ao chegar para audiência no Senado.
O argumento de Amorim não
convenceu nem a maioria dos
congressistas aliados presentes.
Os deputados e senadores das
duas comissões aprovaram um
requerimento no qual pedem que
Larry Rohter não seja expulso.
"Cometemos um grave equívoco. Seja ou não censura, é um pequeno passo autoritário", disse o
senador e ex-ministro Cristovam
Buarque (PT-DF). "Considero
que o governo tomou uma posição que é autoritária", afirmou a
deputada Maninha (PT-DF).
Ex-integrante da base do governo, o deputado Fernando Gabeira
(PV-RJ) foi um dos mais críticos:
"Não é em meu nome que se expulsa um correspondente, que se
faz um ataque à liberdade de imprensa, que se volta à ditadura militar para expulsar um estrangeiro. É em nome de um grupo despreparado que não entende a
complexidade do mundo em que
vivemos". Gabeira deixou o PT no
ano passado.
Já o senador Sérgio Cabral
(PMDB-RJ) entrou ontem no STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
com pedido de liminar que suspenda o ato do governo e garanta
a permanência de Rohter no país.
(AS, ES E SF)
Texto Anterior: "Precisamos de nossos vistos para trabalhar" Próximo Texto: Embaixadora dos EUA afirma que expulsão contraria imprensa livre Índice
|