São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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Amorim ouve críticas no Senado, mas apóia cancelamento do visto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo diante de uma saraivada de críticas de congressistas da própria base aliada, o chanceler Celso Amorim defendeu ontem a decisão do governo de suspender o visto temporário do correspondente do "New York Times".
"Uma coisa é liberdade total de crítica, como há. Outra coisa é ofender a honra nacional na pessoa do chefe de Estado, com uma matéria totalmente inventada e caluniosa. A pessoa não preenche as condições de continuar exercendo sua função de correspondente", disse o ministro, ao chegar para audiência no Senado.
O argumento de Amorim não convenceu nem a maioria dos congressistas aliados presentes. Os deputados e senadores das duas comissões aprovaram um requerimento no qual pedem que Larry Rohter não seja expulso.
"Cometemos um grave equívoco. Seja ou não censura, é um pequeno passo autoritário", disse o senador e ex-ministro Cristovam Buarque (PT-DF). "Considero que o governo tomou uma posição que é autoritária", afirmou a deputada Maninha (PT-DF).
Ex-integrante da base do governo, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) foi um dos mais críticos: "Não é em meu nome que se expulsa um correspondente, que se faz um ataque à liberdade de imprensa, que se volta à ditadura militar para expulsar um estrangeiro. É em nome de um grupo despreparado que não entende a complexidade do mundo em que vivemos". Gabeira deixou o PT no ano passado.
Já o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) entrou ontem no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com pedido de liminar que suspenda o ato do governo e garanta a permanência de Rohter no país.
(AS, ES E SF)

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