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ELEIÇÕES 2004
Secretário, que é vice na chapa da prefeita, tenta atrair o PMDB
Falcão tira férias com missão de costurar alianças de Marta
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal de Governo da cidade de São Paulo, Rui
Falcão, saiu de férias para se dedicar às alianças partidárias da campanha de reeleição da prefeita
Marta Suplicy (PT).
Principal articulador político da
petista, sua missão é fechar até o
final do mês o arco de alianças
com o PL e o PC do B, num primeiro momento, e, se possível,
com o PMDB. As coligações tornaram-se ainda mais importantes
no pleito paulistano com o lançamento do tucano José Serra na
corrida eleitoral. São elas que vão
determinar o tempo de TV dos
candidatos à prefeitura.
Conforme publicado ontem no
"Diário Oficial" do Município,
Falcão será substituído no cargo
por Ubiratan de Paula Santos pelo
período de 15 dias. Ele reassume a
função no dia 25 de maio e, uma
semana depois, respeitando a lei
eleitoral, se afasta novamente para ser o candidato a vice na chapa
de Marta -posto ainda sonhado
por setores do PMDB.
A coligação com o PC do B já está praticamente acertada. Caciques dos partidos só aguardam a
definição da data do anúncio.
A aliança com o PL, partido do
vice-presidente, José Alencar, e
que ocupa o Ministério dos
Transportes, também deve ser sacramentada nos próximos dias.
Rui Falcão conversou com lideranças do partido na cidade e em
Brasília e certificou-se que poderá
contar com os 2 minutos e 39 segundos diários de TV que cabem
à sigla no tempo proporcional.
O líder do PL na Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues,
marcou para 28 de junho a reunião em que será oficializado o
acordo. "Mas creio que no próximo dia 10 possamos anunciar a
aliança", afirma.
Petistas não admitem em público sua preocupação com a candidatura Serra. Mas em conversas
reservadas mostram-se assustados com o potencial de crescimento do tucano, que já namora
o PFL e o PDT. Para superar o
tempo de TV de Serra nessa tríplice aliança, só com o apoio do PL,
do PC do B e do PMDB.
A coligação com o PMDB, no
entanto, é incerta, já que o partido
lançou o deputado Michel Temer,
presidente nacional da sigla, a
prefeito. E aí entra novamente Rui
Falcão, com um papel fundamental nas conversas de bastidor.
Desde o vazamento da candidatura Serra, ele vem procurando
com mais assiduidade lideranças
do PMDB em São Paulo. Mas nenhuma das partes fala abertamente sobre o possível acordo,
que terá novo "round" neste final
de semana.
O PMDB diz que a candidatura
Temer é para valer. Já o PT se divide. Em São Paulo, afirma não haver nenhuma possibilidade de
aliança. Mas emissários do governo Lula ainda tentam a coligação.
Para que se concretizasse, no
entanto, Rui Falcão teria de desistir da vice, algo muito improvável
depois de Marta ter bancado dentro do PT o nome de seu secretário. Para tanto, enfrentou caciques de Brasília que gostariam de
amarrá-la à prefeitura pelos próximos quatro anos e vê-la fora da
disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, em 2006.
Rui Falcão tenta atrair o PMDB
com cargos no futuro governo,
mas sem oferecer a vice.
Como diz um importante assessor de Marta, que pediu para não
ser identificado, Rui Falcão está
mergulhado nas alianças políticas
porque é preciso otimizar o tempo que resta e negociar com os
partidos, antes que Serra o faça.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Governo,
Rui Falcão pode fazer o que quiser
durante suas férias. Até trabalhar.
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