São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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PAINEL

Previsão do tempo
A cúpula do governo trabalhava ontem com um cenário em que Henrique Meirelles, a despeito da abertura de inquérito, fica no BC, não se filia a partido nenhum e desiste do governo de Goiás. Mas sempre lembrando que "a realidade é dinâmica", nas palavras de um palaciano.

Devagar...
Em privado, ministros do Supremo sugerem ao governo não comemorar demais o fato de a PF ter sido deixada de fora das investigações sobre Meirelles.

...com o andor
Dizem que, se surgir tarefa típica de polícia a ser desempenhada nas diligências, nada impede a apresentação de um novo requerimento ao tribunal. Que de novo cairá nas mãos do ministro Marco Aurélio de Mello.

Vade retro
Em e-mail aos membros do MPF, Luiz Francisco de Souza parabeniza o procurador-geral, Claudio Fonteles, pela atuação no caso Meirelles: "São Francisco de Assis deve estar radiante de alegria vendo seus filhos espirituais combaterem a Besta de forma tão destemida e aberta".

Muy aliado
Renan Calheiros (PMDB-AL) disse aos líderes do Senado que o governo quer compensar a ausência de base digna do nome impondo desgastes sucessivos à imagem do Congresso. Protestava contra o veto ao reajuste dos servidores do Legislativo.

Compasso de espera
Há quem atribua o atípico silêncio do presidente da Câmara diante do veto de Lula à iminente nomeação de Djalma Rodrigues para a diretoria de Exploração da Petrobras.

Copyright
De Severino Cavalcanti (PP-PE), comentando, aos risos, a reivindicação pública da demissão de Aldo Rebelo feita pelo ministro da Secom: "O Gushiken deu uma severinada".

Veja bem
Na tentativa de driblar a convocação, feita pelo Senado, para responder sobre a Infraero, José Dirceu enviará educado ofício à Comissão de Infra-Estrutura da Casa. Nele, o chefe da Casa Civil dirá que teria prazer em comparecer, mas que a empresa não está sob sua responsabilidade.

Nada feito
O presidente da Infraero, Carlos Wilson, afirma que, consultado sobre o anteprojeto que visa transformar a empresa, hoje pública, em empresa de economia mista, Lula rejeitou a idéia.

Diversidade 1
Geraldo Alckmin aproveita o 13 de maio para anunciar que os estudantes afrodescendentes da rede paulista de ensino público terão pontuação acrescida nos exames de ingresso para as 108 escolas técnicas e 17 faculdades de tecnologia do Estado.

Diversidade 2
Além de atender a requisitos técnicos e partidários, a indicação de Hédio Silva Jr. para ocupar a Secretaria da Justiça atende a um antigo propósito de Geraldo Alckmin: colocar um afrodescendente no primeiro escalão do governo paulista.

Sem pai nem mãe 1
Um mistério ronda os outdoors em homenagem ao aniversário, hoje, de Aloizio Mercadante, pré-candidato ao governo paulista. Amigos do petista dizem que as peças foram presente da BME, responsável pela campanha. A agência nega.

Sem pai nem mãe 2
"Não foi de graça", diz Orlando Marques, dono da BME, que trabalhou para a campanha de Marta Suplicy e se envolveu no caso dos outdoors apócrifos contra José Serra. Segundo Marques, as peças foram encomendas pela Star Door, de Brasília, que nega. O PT lava as mãos.

TIROTEIO

Do líder da bancada do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre a autorização, dada pelo Supremo Tribunal Federal, de abertura de inquérito contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles:
-O guardião da moeda não pode estar submetido a esse tipo de acusação. Meirelles já deveria ter deixado o BC, pois sua situação coloca em xeque a autoridade monetária do país.

CONTRAPONTO

Certidão de posse

Recém-empossado como vice-prefeito de Santos, em 1985, Esmeraldo Tarquinio de Campos Neto voltava de uma reunião partidária na Praia Grande, dirigindo seu automóvel, quando deu de cara com um comando da PM no alto de uma ponte.
Após ter sido parado pela blitz, ele notou que estava sem a carteira de habilitação e sem os documentos do veículo.
-Teremos de guinchar o carro-, disse o policial.
Tarquinio de Campos lembrou-se de que trazia consigo sua carteira de vice-prefeito e apresentou o documento ao homem, já impaciente. Espantado, o policial olhou para o comandante e perguntou:
-Tenente, tenente, dá para liberar o dono da ponte?
A blitz estava sendo realizada sobre a ponte Esmeraldo Tarquinio de Campos Filho, pai do vice-prefeito e administrador de Santos na década de 60.


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