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Defesa quer apurar vazamento de dados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os advogados do presidente do
Banco Central, Henrique Meirel-
les, afirmaram ontem que irão pedir que a Corregedoria Geral do
Ministério Público Federal investigue o vazamento dos dados pessoais de Meirelles à imprensa.
A decisão foi anunciada horas
depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu autorizar a
abertura de investigação contra
Meirelles, que é suspeito de evasão de divisas e sonegação fiscal.
Segundo o advogado Cláudio
Fruet, o presidente do BC recebeu
com "serenidade" a notícia da decisão do STF. "Ele [Meirelles]
quer que tudo seja esclarecido."
Fruet classificou de "absurdo" o
fato de documentos como declarações de Imposto de Renda terem sido divulgados pela imprensa. "As arbitrariedades, o viés
ideológico, o vazamento de informações, a tudo isso estaremos
atentos", disse o advogado do
presidente do BC. "Tomaremos
as medidas cabíveis em relação
aos atos praticados até agora."
A possibilidade de Meirelles se
afastar do cargo enquanto durarem as investigações foi afastada
por Fruet, segundo quem a sua
permanência no comando do BC
não atrapalhará o processo -ainda que o próprio BC esteja na lista
de órgãos do governo que deverão enviar ao Ministério Público
dados sobre transações financeiras feitas por Meirelles.
A autorização para a abertura
da investigação foi concedida por
decisão do ministro Marco Aurélio de Mello e não deve ser contestada por Meirelles, a quem restava
a possibilidade de recorrer ao plenário do STF. "Não vemos nenhuma razão para recorrer. É de
interesse do nosso cliente esclarecer tudo o mais rapidamente possível", disse Roberto Pasqualin,
que também integra a equipe de
advogados do presidente do BC.
Em relação à defesa propriamente dita, Pasqualin afirmou
que foram encaminhados ao STF
três relatórios contendo explicações. Agora, disse o advogado,
resta a Meirelles aguardar que os
dados requisitados à Receita e ao
BC sejam enviados para o procurador-geral Claudio Fonteles, que
comanda as investigações.
O escritório responsável pela
defesa do presidente do BC, Caputo, Bastos e Fruet, já prestava
assessoria jurídica a ele quando
ainda trabalhava no Banco de
Boston -quando foram feitas as
operações agora investigadas.
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