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Será difícil manter veto, diz Bernardo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, admitiu ontem
que o governo terá dificuldades
políticas para manter o veto do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao reajuste dos servidores da
Câmara dos Deputados, Senado e
Tribunal de Contas da União.
"O veto pode cair, claro. O Congresso tem poder para derrubar.
Politicamente, a situação é muito
ruim para o governo", afirmou
Bernardo em entrevista à Folha.
A avaliação do governo é que é
necessário "destensionar" as relações, sobretudo com o presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). Do contrário, o veto
dificilmente sobreviverá. Por isso,
Bernardo não quis responder às
declarações de Renan de ontem,
de que o ministro fala "besteira".
O governo, na tentativa de esfriar os ânimos, conta com um
aliado considerado surpreendente: o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Em reunião anteontem no Planalto, Severino demonstrou compreensão
com a necessidade do veto, apesar
de ter deixado claro que não gostava da informação.
"O presidente Severino absorveu o golpe bem e logo em seguida sugeriu o plano de carreira como alternativa. Estamos abertos a
discutir e a ajudar na implementação", disse o ministro.
O problema é o que oferecer aos
servidores do Senado e do TCU,
que já têm planos de carreira. "O
caminho é achar uma alternativa,
mas no momento não tenho sugestão", disse Bernardo.
Dizendo-se disposto a "diminuir a confusão", o ministro foi
cuidadoso ao comentar a sugestão de Renan de que teria dinheiro no orçamento interno do Senado para conceder o reajuste.
"O presidente Renan vem fazendo um bom trabalho de saneamento. Muitas vezes é possível
cortar gastos ou remanejar receitas para conceder aumento, mas
nesse caso nós não verificamos
essa possibilidade", disse Bernardo.
(FZ)
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