São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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Será difícil manter veto, diz Bernardo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu ontem que o governo terá dificuldades políticas para manter o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao reajuste dos servidores da Câmara dos Deputados, Senado e Tribunal de Contas da União.
"O veto pode cair, claro. O Congresso tem poder para derrubar. Politicamente, a situação é muito ruim para o governo", afirmou Bernardo em entrevista à Folha.
A avaliação do governo é que é necessário "destensionar" as relações, sobretudo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Do contrário, o veto dificilmente sobreviverá. Por isso, Bernardo não quis responder às declarações de Renan de ontem, de que o ministro fala "besteira".
O governo, na tentativa de esfriar os ânimos, conta com um aliado considerado surpreendente: o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Em reunião anteontem no Planalto, Severino demonstrou compreensão com a necessidade do veto, apesar de ter deixado claro que não gostava da informação.
"O presidente Severino absorveu o golpe bem e logo em seguida sugeriu o plano de carreira como alternativa. Estamos abertos a discutir e a ajudar na implementação", disse o ministro.
O problema é o que oferecer aos servidores do Senado e do TCU, que já têm planos de carreira. "O caminho é achar uma alternativa, mas no momento não tenho sugestão", disse Bernardo.
Dizendo-se disposto a "diminuir a confusão", o ministro foi cuidadoso ao comentar a sugestão de Renan de que teria dinheiro no orçamento interno do Senado para conceder o reajuste.
"O presidente Renan vem fazendo um bom trabalho de saneamento. Muitas vezes é possível cortar gastos ou remanejar receitas para conceder aumento, mas nesse caso nós não verificamos essa possibilidade", disse Bernardo. (FZ)

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