São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Sem escritura, líder arrozeiro se ampara em ofício da Funai

DO ENVIADO À RAPOSA/SERRA DO SOL

Sem ter escrituras de suas duas fazendas dentro da Raposa/Serra do Sol (RR), que somam 9.000 hectares, o produtor Paulo Cesar Quartiero usa um ofício de março de 1977 da Funai para questionar a demarcação da terra indígena.
O ofício da direção da Funai em Brasília responde a uma carta de líderes indígenas macuxis que, reunidos no posto indígena Raposa, pediram a criação de uma área indígena.
A direção da Funai diz que "as terras indígenas já devidamente demarcadas, da imensa fazenda São Marcos, estão praticamente vazias". E acrescenta: "Nosso parecer é que conviria melhor construir roças e dar razões para atração nas terras de São Marcos [terra vizinha à atual Raposa/Serra do Sol] para que os índios voluntariamente viessem, aos poucos, para dentro de seus limites".
Luiz Valdemar Albrecht, advogado de Quartiero, diz que o documento mostra que a demarcação da Raposa/Serra do Sol é uma fraude pois já em 1977 havia a informação de que a área não era habitada por indígenas. Quartiero chegou à região, segundo Albrecht, no começo da década de 70 e comprou as terras de pessoas que estavam na posse da área.
Dono de uma área de 6.000 hectares na Raposa/Serra do Sol, sem escrituras, o rizicultor Ivalcir Centenaro, 53, não quer falar na hipótese de receber indenização para deixar a área.
Centenaro afirmou que começou a comprar terras na região na década de 90.


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