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Sem escritura, líder arrozeiro se ampara em ofício da Funai
DO ENVIADO À RAPOSA/SERRA DO SOL
Sem ter escrituras de suas
duas fazendas dentro da Raposa/Serra do Sol (RR), que somam 9.000 hectares, o produtor Paulo Cesar Quartiero usa
um ofício de março de 1977 da
Funai para questionar a demarcação da terra indígena.
O ofício da direção da Funai
em Brasília responde a uma
carta de líderes indígenas macuxis que, reunidos no posto indígena Raposa, pediram a criação de uma área indígena.
A direção da Funai diz que
"as terras indígenas já devidamente demarcadas, da imensa
fazenda São Marcos, estão praticamente vazias". E acrescenta: "Nosso parecer é que conviria melhor construir roças e dar
razões para atração nas terras
de São Marcos [terra vizinha à
atual Raposa/Serra do Sol] para
que os índios voluntariamente
viessem, aos poucos, para dentro de seus limites".
Luiz Valdemar Albrecht, advogado de Quartiero, diz que o
documento mostra que a demarcação da Raposa/Serra do
Sol é uma fraude pois já em
1977 havia a informação de que
a área não era habitada por indígenas. Quartiero chegou à região, segundo Albrecht, no começo da década de 70 e comprou as terras de pessoas que
estavam na posse da área.
Dono de uma área de 6.000
hectares na Raposa/Serra do
Sol, sem escrituras, o rizicultor
Ivalcir Centenaro, 53, não quer
falar na hipótese de receber indenização para deixar a área.
Centenaro afirmou que começou a comprar terras na região na década de 90.
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