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Como pré-candidata, petista reformula discurso sobre sua fé
Três meses atrás, Dilma afirmava não ter religião específica; agora, diz que é, antes de tudo, "cristã"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em campanha pelo Planalto,
a pré-candidata do PT, Dilma
Rousseff, reformulou radicalmente o discurso sobre sua fé
em um intervalo de três meses.
Desde que disse em fevereiro
deste ano que não tinha religião
específica, a petista concedeu
várias entrevistas nas quais
aborda o tema e, na mais recente, publicada pela revista "IstoÉ" desta semana, se disse
"antes de tudo, cristã. Num segundo momento, católica".
A transformação é ainda
maior se levado em conta o período que precede sua pré-candidatura. Na sabatina feita pela
Folha, em 2007, a então ministra da Casa Civil foi questionada sobre acreditar em Deus e
ser religiosa. "Eu me equilibro
nesta questão. Será que há? Será que não há?", ponderou.
Neste ano, as perguntas foram refeitas, em entrevistas exclusivas. "Uma religião específica, a senhora não tem?", questionou a revista "Época" em fevereiro. "Não, mas respeito".
Quando questionada sobre
seu credo, declarou acreditar
numa força superior: "Não sei
se é o seu Deus, mas acredito
numa força maior que a gente",
disse à "Época".
A petista costuma contar que
estudou em escola católica, foi
batizada e crismada. Há um
ano, porém, em entrevista à
"Marie Claire", a então ministra disse que não praticava a religião. "Balançou o avião, a gente faz uma rezinha", brincou.
Em pré-campanha, Dilma se
aproximou da Igreja Católica
usando como porta o reduto
"mariano", mais conservador,
incrustado na Basílica Nacional
de Aparecida, que atrai 10 milhões de fiéis por ano.
Para eles, a ex-ministra deu
um presente: incluiu a cidade
na rota do Trem-Bala. Aparecida, que havia sido eliminada do
traçado inicial, apareceu como
sede de uma estação no edital.
A segunda investida se deu
pela Renovação Carismática.
Além de ir ao santuário do padre Marcelo Rossi, em São Paulo, Dilma passou a frequentar a
Canção Nova, em Cachoeira
Paulista (SP).
A "conversão" teve início em
dezembro de 2008, quando ela
participou do evento "Hosana
Brasil", que atrai 40 mil pessoas ao acampamento montado às margens da via Dutra.
A assessoria de Dilma disse
que ela estava viajando e que
não seria possível localizá-la
para comentar o assunto.
(JOHANNA NUBLAT, FÁBIO ZAMBELI E RANIER BRAGON)
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