São Paulo, quarta, 13 de maio de 1998

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NO AR
Realinhamento

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

A manchete eleitoral, ontem nos telejornais, foi que Lula acertou com Leonel Brizola e Miguel Arraes a frente de esquerda. Brizola:
- A aliança se consolidou.
Foi no mesmo dia em que os telejornais, alguns deles ao menos, lembravam os 20 anos das greves do ABC.
Lula surgiu, nas imagens dos anos 70, mais magro e falando a milhares. Nas cenas de ontem, em ato no ABC, eram poucas dezenas.
A nova esquerda de Lula envelheceu, não se diferenciando mais da velha esquerda de Arraes e Brizola.
Mas a novíssima esquerda, o MST, está com eles.

Para fechar a aliança, Lula atropelou dissidentes.
É um outro Lula. Um Lula que, domingo na Band, dizia sem gaguejar que faria o mesmo com o Congresso.

Paulo Maluf, registrou a Globo, foi mais rápido do que Mário Covas e fechou acordo com o PFL. Em São Paulo, o vice-prefeito pefelista já se acertou com o prefeito.
É o realinhamento da direita, muito semelhante ao da esquerda. Um realinhamento que assusta FHC e que parece não ter terminado, afinal, na morte de Luís Eduardo Magalhães, o filho de ACM.

No mesmo tema, vem aí Dick Morris. É o publicitário que criou a "triangulação" e reelegeu Bill Clinton.
Pela estratégia, Clinton distanciou-se de seu partido e aproximou-se da oposição, mais conservadora.
Em livro sobre a campanha, Morris conta que copiou a estratégia de François Mitterrand, que fez o mesmo na França, nos anos 80.
Mitterrand que, vale citar, teve sua estratégia de comunicação dissecada por Sergio Amaral, inclusive com uma tese. Amaral que é o secretário de comunicação de FHC, desde o princípio.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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