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Bornhausen
ironiza Serra e diz
não ser "médium"
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PFL,
senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), ironizou ontem a
avaliação feita pelo pré-candidato
tucano ao Planalto, José Serra, durante jantar com empresários em
São Paulo de que teria 70% dos
votos pefelistas.
"O PFL tem 3,5 milhões de filiados. Eu teria de ter poderes mediúnicos para medir o percentual,
hoje, de apoio ao Serra ou ao Ciro
[Gomes, candidato do PPS", mas
eu não tenho", disse Bornhausen,
que anteontem jantou com Ciro
em Brasília.
Segundo o senador, Serra se baseou nos grandes Estados para fazer a avaliação, mas isso foi um erro: "O PFL do Maranhão tem
mais votos do que o de São Paulo,
e o da Bahia tem mais votos do
que o do Rio de Janeiro".
O Maranhão é o Estado dos Sarney, que tendem a apoiar Ciro, e a
Bahia é o do ex-senador Antonio
Carlos Magalhães, que já fechou
publicamente com o candidato
do PPS. Eles não apóiam Serra de
jeito nenhum.
No jantar com Bornhausen, outros líderes do PFL e da Frente
Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro
Gomes avalizou pessoalmente o
apoio da frente à candidatura do
deputado pefelista Roberto Brant
ao governo de Minas. O aval tem o
objetivo de neutralizar a rejeição
pública do senador Roberto Freire (PPS-PE) a uma aliança com o
partido e atrair outras bancadas
estaduais do PFL para Ciro.
Brant e o governador Amazonino Mendes (AM) foram destacados como representantes do PFL
para trabalhar diretamente na
campanha de Ciro. Mais um sinal
da aliança branca entre setores do
partido e a campanha trabalhista.
Bornhausen e o senador José
Agripino Maia (PFL-RN), que é
pró-Ciro e participou do encontro, disse que as seções pefelistas
da Bahia, do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul, do Amazonas e de Mato Grosso já estão
fechadas com Ciro.
Tanto o PPS quanto o PFL
acrescentam que a adesão de Minas pode puxar outros Estados,
principalmente Santa Catarina,
Maranhão e Mato Grosso do Sul.
Outros com tendência pró-Serra
são Sergipe, Alagoas e Ceará.
Serra já tem o apoio fechado do
PFL do Rio, pode ter o de São Paulo e tende a ter o do Paraná, do
Distrito Federal, de Goiás e do Tocantins. O de Pernambuco já está
praticamente fechado. Ontem,
Serra almoçou com o vice-presidente Marco Maciel, que é do
PFL, e com a bancada do Estado.
Em contrapartida, Bornhausen
também já se reuniu ontem com
Brant e com a bancada mineira,
discutindo detalhes da união com
Ciro e a Frente Trabalhista, que
deve se estender pela eleição proporcional (para deputados).
O acordo mineiro foi selado
dois dias antes do programa de 20
minutos do PDT na televisão, que
vai ao ar hoje à noite. O líder pedetista Leonel Brizola usará o tempo
para fazer campanha para Ciro.
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