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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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PAINEL

Linguagem universal
O Planalto convocou os líderes aliados do Congresso para um café da manhã com Lula na terça. Quer afinar o discurso e formalizar um "pacto de convivência" entre as Casas, a fim de evitar episódios como o da CPI do Banestado, arquivada no Senado e instalada na Câmara.

Sem escolha
Os próprios líderes governistas dizem haver uma "guerra de egos" entre eles. O resultado é a desarticulação política da base. O argumento para a conciliação é o seguinte: se o barco naufragar, leva todo mundo junto.

São só US$ 30 bilhões
Sob orientação do Planalto, os líderes governistas da Câmara planejam "matar de inanição" a CPI do Banestado. A comissão será instalada, mas os deputados da base não deverão ir às sessões. A idéia é enterrar a CPI após os 60 dias regulamentares.

Vala comum
A avaliação governista é que, nas primeiras reuniões da CPI do Banestado, a mídia criticará a falta de quórum. Depois, o tempo se encarregaria de fazer a imprensa esquecer-se do assunto.

Tudo depende
Enquanto o governo Lula tenta no DF esvaziar a CPI, petistas de SP entraram na Justiça para instalar uma outra na Assembléia a partir de denúncias de irregularidades em empréstimo concedido à Eletropaulo. Em tempo: a liminar foi negada.

Novo milênio
Da série "esqueçam o que escrevi": "O presidente, ao determinar a suas lideranças que não permitam a instalação da CPI, torna-se um réu confesso". A frase é de artigo de José Dirceu de 97, exigindo a CPI da reeleição. O mesmo Dirceu que tenta inviabilizar a CPI do Banestado.

As voltas que o mundo dá
Rafael Greca se filiará ao PMDB de Roberto Requião (PR). Há pouco tempo, o ex-ministro considerava o governador seu inimigo número um, ao lado do procurador Luiz Francisco. Chegou a processá-lo por calúnia e difamação.

Compromisso de campanha
A campanha de Serra ainda deve R$ 4,3 mi. Márcio Fortes, presidente do comitê financeiro do PSDB na eleição, diz que os contratos serão honrados.

Governo da mudança
O governo Lula nomeou Cláudio Cavalcante de Farias, irmão de PC Farias, para o conselho do porto de Maceió. No início do ano, Cláudio foi demitido da administração do mesmo porto, que assumira na gestão FHC. O mandato é de dois anos.

Gosto não se discute
A liderança do governo enviou fotos oficiais de Lula aos senadores da base. Alguns não penduraram o quadro na parede.

Ah, bom
Henrique Meirelles (BC) diz que o BankBoston demonstrou confiança na economia ao aconselhar clientes a investir em juros no Brasil. Se outros bancos internacionais fizerem o mesmo, o risco-país cai e a taxa Selic poderá ser reduzida, afirma.

Previdência dos sonhos
Meirelles diz não ter nenhum interesse pessoal no sucesso comercial do BankBoston. Seu contrato de aposentadoria de US$ 750 mil anuais com a instituição prevê o pagamento mesmo em caso de falência.

Posto estratégico
Um mês após tomar posse no cargo, Sérgio de Souza Pimentel foi demitido da diretoria financeira do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), antigo DNER.

Recado sutil
A versão oficial para a demissão do diretor financeiro é a de que houve "incompatibilidade com a equipe". A empreiteiros, Anderson Adauto (Transportes) deu a entender que ele não se enquadrou na nova "filosofia" de governo. Detalhe: Pimentel foi indicado pelo PTB.

TIROTEIO

De Paulo César de Souza, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social, sobre a reforma:
- Reinhold Stephanes (que foi ministro da Previdência de FHC) perdeu duas eleições após brigar com os servidores. Ricardo Berzoini que se cuide...

CONTRAPONTO

Fãs inusitados

Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, tem se notabilizado como um dos mais ferrenhos opositores do governo de Lula no Congresso.
Anteontem, ele participaria de um debate sobre reforma política num anexo do Senado. Antes de deixar seu gabinete, porém, lembrou-se de que ocorria uma manifestação de servidores contra as reformas. E que, para chegar ao seu destino, teria de passar por entre os manifestantes.
Virgílio respirou fundo e começou a caminhar, já esperando as vaias. Mas se surpreendeu:
- É isso aí, senador! Não facilita para o governo, não...
Empolgado, seguiu em frente, cumprimentando seus antigos desafetos. Rindo, comentou com um assessor:
- Nunca pensei que isso aconteceria algum dia. Tinha certeza de que seria vaiado. Se fosse no governo FHC...


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