São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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ESCÂNDALO DO MENSALÃO / CPI DOS BINGOS

CPI corre risco de acabar sem pedir indiciamento algum

Com apoio de governistas, voto do senador Magno Malta acaba com a lista de 83 pessoas acusadas e incluídas no relatório final

Parlamentar do PL, que é aliado do governo, diz que as conclusões da CPI devem se limitar aos objetivos iniciais de sua investigação


ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Bingos corre o risco de acabar sem propor um pedido de indiciamento sequer. Com o apoio da bancada governista e com boas chances de ser aprovado no próximo dia 20, o voto em separado do senador Magno Malta (PL-ES) não pedirá que o Ministério Público indicie pessoas investigadas pela comissão.
"Não haverá [lista de indiciados] porque vou me ater ao fato determinado da CPI. Nenhum bingueiro foi ouvido ou investigado, por isso não dá para indiciar ninguém", disse Malta. "Porém, vou solicitar que o Ministério Público aprofunde as investigações sobre todos os temas abordados", completou.
O relatório da CPI dos Bingos foi apresentado na semana passada pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Ele propôs a legalização do funcionamento dos bingos no país e solicitou 83 pedidos de indiciamento ao Ministério Público. Entre eles, o do presidente do Sebrae e compadre de Lula, Paulo Okamotto.
Malta afirmou que o principal objetivo do seu voto em separado é derrubar a legalização das casas de bingos: "Não temos vocação para jogatina no Brasil. Vou propor o fechamento imediato das casas de bingo".
Porém, com o apoio da base governista, Malta vai questionar pontos do relatório que, segundo ele, não possuem fato determinado, como as denúncias contra o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
A atitude de Malta deverá resultar também na exclusão da lista de pedidos de indiciamento de pessoas e empresas relacionadas ao caso Gtech. "Isso pode acontecer devido à falta de entendimento", disse o senador Tião Viana (PT-AC), articulador do governo na CPI dos Bingos. Segundo Viana, o relator não aceita fazer concessões. "O Garibaldi não quer nem conversa", afirmou o petista, que argumenta que a CPI deveria ter investigado só casos relacionados ao bingos.
O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), admite a possibilidade de vitória do governo. "Se não houver pedidos de indiciamento, será a maior pizza da história", disse.
O tucano apresentou um voto em separado para incluir os nomes de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, na lista de indiciados.


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