São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Via expressa

Se para o governo é melhor que o projeto da CSS durma até depois das eleições municipais, a oposição, pelo contrário, avalia que deve agarrar a chance de fulminar o novo imposto do cheque no Senado antes do recesso, caso o texto saia na próxima semana da Câmara, onde foi aprovado anteontem. Derrubada a CSS, a proposta original do senador Tião Viana (PT-AC), que destina 10% da receita bruta à saúde, seria restabelecida. E Lula teria de vetá-la antes da eleição.
A declaração do presidente, ontem, de que a CSS agora é problema do Senado, só aumentou o desconforto dos aliados. Renato Casagrande (PSB-ES), um dos que hesitam em votar a favor, diz que, se Lula não se envolver, a derrubada será líquida e certa.



Liberou. Com Lula fingindo que não está nem aí, os senadores do PSDB respiram aliviados. Avaliam que não haverá espaço para que os governadores tucanos pressionem por votos a favor da CSS.

Calouros. Jefferson Praia (PDT-AM), que assumiu no lugar de Jefferson Péres, já deu mostras de que votará contra a nova CPMF. Já o suplente Carlos Dunga (PTB-PB), que ocupa a vaga do tucano Cícero Lucena, deve ser um voto a mais pelo imposto.

No muro. O relator da reforma tributária, Sandro Mabel (PR-GO), foi o alvo de empresários e oposicionistas em debate na Fiesp. Ao comentar o fato de não ter votado anteontem, o deputado alegou ""compromissos anteriores".

Barreira. O mapa dos votos da CSS na Câmara mostra expressiva rejeição ou ausência dos deputados de Pernambuco: a bancada só deu 11 de 21 votos. Também houve resistência em Minas (19 dos 36 contra) e São Paulo (35 de 56).

A calhar. A cirurgia a que se submeteu Roberto Teixeira será usada para justificar o não-comparecimento do compadre de Lula à Comissão de Infra-Estrutura do Senado na próxima semana.

Coro. Enquanto Denise Abreu criticava Dilma Rousseff no Senado, o ex-ministro Luiz Gushiken e o presidente da Previ, Sérgio Rosa, faziam o mesmo no aeroporto de Brasília, anteontem, às 18h30.

É festa. Lula confirmou que irá à abertura da Olimpíada de Pequim, em agosto. O presidente deixa o país no dia 6 para a cerimônia, marcada para o dia 8. O anúncio oficial da viagem será feito hoje, com a presença do ministro dos Esportes, Orlando Silva.

Envenenado 1. Um dos ingredientes da mistura que intoxicou a relação de Yeda Crusius (PSDB-RS) com seu vice é o marido da governadora. Desde a campanha, Paulo Feijó (DEM) não se entende com Carlos Crusius, a quem acusa de excesso de interferência na administração.

Envenenado 2. Das nomeações à elaboração do pacote fiscal, tudo foi motivo de desavença. Para completar, Carlos excluiu Feijó de caravana que foi a Minas conhecer a gestão de Aécio Neves.

UTI. Integrante do time que tenta salvar a base de Yeda, o deputado Vilson Covatti (PP) acha o quadro "politicamente frágil". "Os partidos ainda não se deram conta de que estão todos no mesmo barco."

Atração fatal. O PP anunciou ontem apoio à reeleição de Beto Richa (PSDB) em Curitiba. Vice-líder de Lula na Câmara, Ricardo Barros tentou forçar uma candidatura própria, mas não deu.

Rolo. A Executiva do PSB desistiu de arbitrar disputa no RN sobre 3.000 filiações. Para concorrer em Natal, o deputado Rogério Marinho quer impedir que essas pessoas votem na convenção que decidirá entre candidatura própria ou apoio a Fátima Bezerra (PT).

Visita à Folha. Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht Engenharia e Construtora, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Fernando Luiz Santos-Reis, presidente da Odebrecht Engenharia Ambiental, Marcos Wilson, vice-presidente de Relações Institucionais, e João Rodarte, da CDN Comunicação Corporativa.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Só se for o Freud Godoy, para tentar explicar mais um dossiê, desta vez contra Denise Abreu"

Do senador HERÁCLITO FORTES (DEM-PI), lembrando o ex-assessor da Presidência citado no escândalo do dossiê contra tucanos, em 2006, para rebater a afirmação de Lula de que "só Freud explica" o depoimento da ex-diretora da Anac no Senado.

Contraponto

Dos males o menor

Ao término de uma votação na Câmara, tarde da noite, Doutor Rosinha (PT-PR) pediu um táxi e, para se identificar, usou o apelido que virou seu nome político. Finda a corrida, o motorista revelou:
-Também me chamam de Rosinha...
Surpreso com a coincidência, o deputado se interessou em saber qual era o nome de batismo do xará.
-Rosicler-, respondeu o taxista.
O petista, que adotou a alcunha para evitar o mais complicado Florisvaldo, foi solidário:
-Meu caro, acho melhor a gente continuar a ser Rosinha...


Próximo Texto: No governo de SP, ex-diretor da Alstom dispensa licitação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.