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Serra diz que apoiará Alckmin se ele for o escolhido do PSDB
Governador afirma, porém, que não deixará de "reconhecer e defender" gestão de Kassab
"Para mim, para o Estado e para a cidade, o ideal é que a aliança continuasse, mais fortalecida", mas isso "não foi possível", afirmou tucano
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à forte pressão de
alckmistas e kassabistas, o governador José Serra (PSDB) finalmente se manifestou sobre
a sucessão municipal. Mesmo
reconhecendo que o "ideal" seria a manutenção da aliança entre DEM e PSDB, Serra disse
ontem à Folha que seu candidato será o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), caso essa seja a decisão do partido.
"Se a convenção do meu partido decidir por um candidato
do PSDB, no caso o Geraldo
Alckmin, eu estarei com o partido. Ele tem toda a biografia e
a experiência necessárias para
exercer bem o cargo de prefeito. Basta lembrar seu bem-sucedido mandato como governador de São Paulo", disse.
Esse apoio, diz, inclui participação no programa eleitoral
gratuito e presença no palanque de Alckmin.
Visivelmente desconfortável
com o quadro eleitoral, Serra
manda, porém, um recado aos
alckmistas mais inflamados.
Continuará a prestigiar o prefeito Gilberto Kassab mesmo
porque manteve seus projetos,
"além das numerosas inovações positivas que promoveu".
Kassab foi vice de Serra até
2006, quando o tucano renunciou para disputar o governo.
"Não deixarei de reconhecer
e defender sempre a qualidade
da ação administrativa e política do Gilberto Kassab e de sua
excelente equipe à frente da
prefeitura, que deram seqüência, ponto por ponto, à minha
gestão no município."
Serra admite que torcia por
outro desfecho. "Para mim, para o Estado e para a cidade, o
ideal é que a aliança continuasse, mais fortalecida. Por isso
defendi sempre que houvesse
uma só candidatura das forças
aliadas."
Isso, diz, "não foi possível devido aos motivos conhecidos".
Ao frisar que esse cenário de
ambigüidade não fora idealizado por ele, o governador dá sinais de que espera que os tucanos entendam sua situação.
"Fui eleito por uma aliança,
que, entre outros partidos, incluiu o DEM. Governo o Estado sob essa aliança, que tem
funcionado muito bem, como
funcionou também quando fui
prefeito de São Paulo e continuou dando certo depois que
saí da prefeitura", justificou.
Serra disse ainda que se empenhará para que os dois partidos estejam juntos no segundo
turno. Em conversas com Alckmin e com Kassab, Serra tem
recomendado que evitem farpas no primeiro turno.
"Trabalharei com todas minhas forças para que, no segundo turno, nossos candidatos estejam juntos, e a cidade mantenha, no próximo quadriênio,
uma gestão eficiente, responsável, sob a égide da aliança que
vem dando tanto certo no município e no Estado".
Até agora, sempre que questionado, o governador evitava
falar qual seria sua atitude com
a cristalização das candidaturas de Alckmin e do prefeito
Gilberto Kassab (DEM).
Mas, consolidado o cenário,
Serra disse a aliados que não
tem outra opção se não apoiar a
escolha do PSDB. "Como ficar
contra o partido?", repetia.
No PSDB, a manifestação de
Serra funciona como um balde
de água fria para os articuladores do apoio à reeleição de Kassab. Na noite de quarta-feira, o
presidente do partido, Sérgio
Guerra, chamou o secretário
municipal de Esportes, Walter
Feldman, e o líder do PSDB na
Câmara Municipal, Gilberto
Natalini, em Brasília.
Ainda que sem pedir abertamente que abandonassem a coleta de assinatura para apresentação de chapa contrária à
de Alckmin, Guerra pediu que
fosse preservada a unidade do
partido. "Ele pregou uma política de redução de danos", relatou Feldman.
Sob pressão também das
executivas estadual e nacional,
os vereadores do PSDB decidiram se reunir ontem para avaliar se mantêm ou não a estratégia. Amanhã, realizarão uma
reunião ampliada com os defensores da candidatura Kassab. "A conversa é ampla. Mas,
por enquanto, a estratégia está
mantida", disse Natalini.
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